Pólenes, sol e primavera vistos com bons olhos

Saúde e Medicina
Última atualização: 08/08/2022

A Primavera é a estação mais desejada do ano, mas também representa um risco acrescido para a saúde ocular. Aprenda a reconhecer os sintomas e as medidas a tomar para proteger os seus olhos neste artigo.

Faça chuva ou faça sol, há hábitos de vida que não deve descurar e que têm impacto na saúde dos seus olhos. Manter uma boa higiene de sono, “não fumar, diminuir o stress, seguir uma dieta equilibrada contendo uma gama alargada de vitaminas e minerais são elementos essenciais para uma boa visão e para manter os olhos saudáveis em crianças e adultos. Estes cuidados são importantes durante todo o ano”, descreve Dalila Coelho, especialista em oftalmologia.


Alerta pólenes!

“Os pólenes são alergénios potentes, isto é, são substâncias que induzem reações alérgicas”, relembra Dalila Coelho. Na verdade, o início da primavera traz algumas preocupações devido ao aumento exponencial da incidência de alergias, o que interfere no dia-a-dia das pessoas. Com o aumento da concentração de pólenes na atmosfera, os olhos não estão imunes ao problema. Para minimizar o risco, eis o que deve fazer:

  1. Limpe os filtros do ar condicionado com regularidade;
  2. Evite objetos que acumulem pó e pólenes (cortinas, carpetes, tapetes, peluches) e o uso de espanadores ou vassouras, preferindo os panos húmidos;
  3. No dia a dia, deve “manter as mãos bem limpas, evitando levá-las aos olhos ou esfregá-los”, aconselha Dalila Coelho;
  4. “Usar óculos de sol também diminui o contacto com os pólenes e aplicar colírios lubrificantes (ou lágrimas artificiais) com regularidade reduz a concentração de alergénios na lágrima”, sugere Dalila Coelho.

Adicionalmente, a Asthma and Allergy Foundation of America recomenda:

  • Usar um aspirador com um filtro certificado contra asma e alergias para reduzir a exposição a alergénios;
  • Lavar os lençóis de cama e fronhas em água quente e detergente para reduzir os alergénios;
  • Usar capas para travesseiros, edredons, edredons e/ou colchões;
  • Manter os animais de estimação fora do quarto para reduzir os pelos de animais na sua roupa de cama.


Conjuntivite alérgica

Como explica Dalila Coelho, “a alergia ocular ocorre quando o olho entra em contato com alergénios, que podem ser ácaros, poeira, pelos e pólen. Por isso, a alergia ocular, nomeadamente a conjuntivite alérgica, que é o tipo mais comum de alergia ocular, é mais frequente na primavera, altura em que aumentam os pólenes presentes no ar.” No entanto, pode haver um agravamento das alergias no outono também dado à mudança de estação.

Existe uma maior propensão para alergia ocular em “pessoas que sofrem de alergia noutras partes do corpo, como asmarinite e alergia cutânea, mas também pode ocorrer isoladamente”, explica. Perante sintomas “sugestivos de conjuntivite alérgica (olhos vermelhos e/ou inchados, lacrimejo, prurido) deve seguir os conselhos referidos anteriormente e consultar o médico oftalmologista para a prescrição da medicação adequada, nomeadamente de antialérgicos, caso esteja indicado.” Outros tratamentos incluem medicamentos anti-histamínicos, quer em cumpridos ou em colírio. Os sprays nasais ajudam a desinchar o nariz ao reduzir a inflamação, dando algum alívio. Descongestionantes funcionam ao aliviar o nariz congestionado. É importante não usar os medicamentos sem receita por mais de 2-3 dias, ou pelo período indicado na bula. Ainda mais importante é consultar um especialista antes de começar a tomar algum medicamento. Pode procurar por especialistas em oftalmologia perto de si na nossa rede médica.


Alerta radiação solar!

Tal como acontece com a pele, o impacto negativo dos raios solares nos olhos depende do índice de radiação e do tempo de exposição.

Já as consequências na visão podem ser várias, explica Dalila Coelho: “A radiação UV pode causar lesões oftalmológicas agudas/imediatas ou a médio/longo prazo.

No caso das lesões oftalmológicas agudas/imediatas, destacam-se as queimaduras palpebrais e a fotoqueratite (queimadura solar da córnea). Nas lesões a longo prazo, destacam-se as cataratas (os raios UVA e UVB podem contribuir para a alteração da transparência do cristalino) e a degenerescência macular relacionada com a idade (doença que afeta a parte central da retina, a mácula, normalmente após os 60 anos, e pode estar relacionada com a toxidade da luz). Neste tipo de lesões, o efeito da radiação é cumulativo ao longo da vida.”

Existem ainda situações que aumentam a sensibilidade dos olhos aos raios UV, como a toma de medicamentos (alguns antibióticos, tratamentos para a psoríase e vitiligo, alguns antidepressivos e antiepiléticos). Também “as crianças operadas a cataratas congénitas ou de desenvolvimento estão mais sujeitas aos efeitos nocivos da radiação solar (como não têm cristalino, a quantidade de radiação que chega à retina é maior)”, exemplifica Dalila Coelho.


Exposição solar

Evitar a exposição solar nas alturas de maior radiação, usar óculos e não esquecer o chapéu de abas largas, é a trilogia de cuidados essenciais a seguir para proteger os olhos. A escolha dos óculos de sol é determinante. Na opinião de Dalila Coelho, há um conjunto de requisitos que um bom par de óculos “escuros” deve cumprir:

  • “É fundamental que tenha a capacidade de filtrar 100% as radiações UV (UV-A, UV-B e UV-C) e, se possível, também, a porção azul da luz visível.
  • Certifique-se da presença do símbolo CE e da inscrição do standard a que obedece o fabrico. Na Europa existe um standard próprio (EN-1836 de 1997) que exige: identificação do fabricante; número da categoria do filtro; adequabilidade para conduzir.”
  • Deve preferir lentes cinzentas ou castanhas de intensidade 2 a 3.

Nesta primavera siga os nossos conselhos para manter os seus olhos saudáveis. Faça dos óculos de sol os seus melhores aliados e sempre que estiver ao ar livre não se esqueça de seguir as medidas que ajudam a prevenir as alergias oculares.

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pelo Conselho Científico da AdvanceCare.

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