O ovário é um órgão pertencente ao sistema reprodutor feminino, onde se dá a produção dos óvulos (células reprodutivas femininas).

Os ovários localizam-se na ponta das trompas de Falópio, situando-se dentro da cavidade abdominal. O útero e as trompas estão fora da cavidade abdominal e do peritoneu - uma membrana que recobre todos os órgãos abdominais. Os ovários estão parcialmente envolvidos pelo peritoneu e contemplam uma parte interna e outra externa.

Imagem microscópica de cancro do ovário.

Os cancros epiteliais do ovário (carcinomas) são os mais frequentes.

Tipos de Cancro do Ovário

As células cancerígenas aparecem quando as células sofrem alterações no seu genoma (DNA) e perdem o seu mecanismo de controlo, deixando vivas as células envelhecidas ou danificadas que, de forma normal, morreriam. As células de cancro não só não morrem quando envelhecem ou se danificam, como produzem novas células que não são necessárias, de forma descontrolada.

As células cancerígenas não respeitam as fronteiras do órgão podendo invadir os tecidos circundantes e disseminar-se para outras partes do organismo (metastização). As células cancerígenas do ovário podem metastizar mediante:

  • Crescimento do tumor para os órgãos anexos.
  • Infiltração dos gânglios linfáticos.
  • Invasão da corrente sanguínea, ou por descamação de células cancerígenas para o abdómen – implantes peritoneais.

Os cancros epiteliais do ovário (carcinomas) são os mais frequentes e podem ser classificados como:

  • Cistadenocarcinoma seroso – o mais frequente.
  • Cistadenocarcinoma mucoso.
  • Adenocarcinoma endometrióide.
  • Carcinoma de células claras.

 Existem outros tipos de cancro, como os tumores germinativos, mas são bastante raros.

Causas de Cancro do Ovário

As causas do cancro do ovário ainda não são totalmente conhecidas. Contudo, há fatores de risco que são conhecidos, tais como:

  • Antecedentes familiares de cancro do ovário– o risco é tanto mais elevado quanto mais familiares de primeiro e/ou segundo grau tenham tido esta doença, sobretudo em idade precoce.
  • Antecedentes pessoais de cancro– mulheres com antecedentes de cancro da mama, útero ou colorretal, têm maior risco de cancro do ovário.
  • Mutações genéticas herdadas– Podem encontrar-se mutações genéticas em 5 a 10% dos casos de cancro do ovário. As síndromes genéticas podem dar origem a cancro do ovário, cancro da mama e cancro do colo do útero.
  • Idade– o risco aumenta com a idade.
  • Terapêutica hormonal de substituição pós-menopausa.
  • Uso de fármacos para tratamento da infertilidade, como os estimuladores da ovulação.
  • Não ter filhos– As mulheres sem filhos apresentam um risco aumentado de cancro do ovário. A laqueação das trompas de Falópio ou a remoção cirúrgica do útero (histerectomia) contribuem para uma menor propensão para o desenvolvimento da doença.
  • Obesidade.

Sintomas de Cancro do Ovário

A localização abdominal dos ovários leva a que os sintomas da doença sejam mais abdominais do que pélvicos, sendo essencialmente:

  • Dor ou aumento do volume abdominal, pélvico, das costas ou pernas.
  • Dor pélvica.
  • Problemas gastrointestinais como indigestão, diarreia, prisão de ventre, gases ou arrotos excessivos.
  • Náuseas.
  • Cansaço permanente. 

Diagnóstico de Cancro do Ovário

As mulheres com um elevado risco genético comprovado podem realizar uma cirurgia profilática para a remoção dos ovários (ooforectomia).

Para além do exame clínico, poderão ser realizados os seguintes exames:

  • Análise ao marcador tumoral CA125– consiste num exame ao sangue para determinar o nível e concentração deste marcador que poderá indiciar a presença de cancro ou outras patologias.
  • Ecografia pélvica.
  • TAC pélvica.
  • Biopsia– realizada cirurgicamente através de uma laparoscopia que pode remover eventuais quistos benignos ou lesões detetadas.

Confirmado o diagnóstico (através de biópsia), procede-se ao estadiamento da doença, processo pelo qual se avalia se as células do cancro se espalharam do ovário para outras estruturas próximas ou mais distantes. Nesta altura, podem ser efetuados exames imagiológicos, tais como:

  • Ressonância pélvica.
  • TAC abdominal e pélvico
  • Colonoscopia para detetar se o cancro do ovário se espalhou ao cólon ou ao reto.

 Muitas vezes o estadiamento só fica completo após cirurgia.

As fases do estadiamento podem ser classificadas da seguinte forma:

Estádio IA – cancro confinado a um ovário.

Estádio IB – o cancro encontra-se confinado aos dois ovários.

Estádio IC – o cancro rompeu a cápsula da superfície do ovário (ou existem células isoladas obtidas por aspiração de líquido intra-abdominal ou peritoneal).

Estádio II – o cancro encontra-se em ambos os ovários ou com extensão ao útero, trompas ou outros órgãos pélvicos.

Nos estádios I e II, a opção de tratamento é geralmente a cirurgia. A quimioterapia é considerada como complemento da cirurgia para prevenir a recidiva do tumor (a partir do estádio IC).

Estádio III – existem células neoplásicas do ovário na cavidade peritoneal (abdominal) e/ou há doença nos gânglios linfáticos intra-abdominais.

 Estádio IV – registam-se metástases à distância.

Nos estádios III e IV as opções terapêuticas incluem a quimioterapia. A opção cirúrgica é avaliada caso a caso.

A cirurgia utilizada para o tratamento do cancro do ovário é a laparotomia (cirurgia abdominal com vários procedimentos específicos), devendo ser realizada uma histerectomia total abdominal (HTA) com salpingooforectomia bilateral (SOB) – remoção do útero, trompas e ovários – e omentoplastia - remoção do grande epíploon.

Artigo revisto e validado pelo especialista em Medicina Geral e Familiar José Ramos Osório.

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