Disfunção erétil

Incapacidade, recorrente ou constante, de obter e manter uma ereção que permita o desempenho sexual.

Conhecida anteriormente pela designação “impotência sexual”, a disfunção erétil é um problema comum, que pode surgir em qualquer fase da vida, embora a incidência aumente consideravelmente com a idade.

É um problema considerado tabu por muitos homens, mas que tem claras implicações na qualidade de vida da pessoa (e na do seu parceiro ou parceira). Estudos têm associado a disfunção erétil a problemas cardiovasculares, sendo que alguns investigadores defendem que os episódios de disfunção podem indiciar situações graves, tais como o enfarte do miocárdio, cerca de três anos antes de ocorrerem. 

disfunção eretil Ilustração do sistema reprodutivo masculino com o pénis em repouso.

Estima-se que afeta treze por cento da população portuguesa.

Causas de Disfunção erétil

A ereção é um processo complexo que depende de vários órgãos e sistemas do organismo – cérebro, hormonas, vasos sanguíneos, ligações nervosas – que permitem responder ao estímulo sexual, aumentando o fluxo sanguíneo ao nível do pénis e proporcionando a sua rigidez. A origem da disfunção erétil pode ser de ordem física ou psicológica. Embora seja frequentemente atribuída a causas psicológicas, sabe-se que mais de metade dos casos se devem a problemas orgânicos. Existem ainda uma grande incidência de casos de origem mista. Eis as principais causas:

  • Doenças cardiovasculares (aterosclerose, doença coronária).
  • Diabetes.
  • Doença renal.
  • Hipertensão arterial.
  • Colesterol.
  • Síndrome Metabólica.
  • Fármacos (antidepressivos, anti-hipertensores, diuréticos, antipsicóticos, entre outros) ou tratamento do cancro da próstata.
  • Distúrbios hormonais, hipogonadismo (diminuição da testosterona).
  • Doenças do foro neurológico (esclerose múltipla, Doença de Parkinson).
  • Traumatismos ou lesões ao nível da bacia, zona pélvica.
  • Cirurgias prévias ao cólon ou próstata.
  • Ansiedade, stress ou depressão.

Existem vários fatores de risco, muitos deles associados ao estilo de vida:

  • Idade – estima-se que a incidência ultrapasse os 75% após os 75 anos.
  • Sedentarismo.
  • Obesidade.
  • Consumo regular e excessivo de tabaco, bebidas alcoólicas ou drogas.

O principal sintoma de disfunção erétil consiste na incapacidade de conseguir atingir ou manter uma ereção que permita o coito. A dificuldade ao nível da ereção pode ocorrer de forma pontual na maioria dos homens, não sendo sinónimo de patologia. Contudo, se esta se verifica de forma recorrente por um período de três meses, requer aconselhamento médico para diagnóstico e tratamento.

Tratamento de Disfunção erétil

O diagnóstico da disfunção erétil é feito com base na análise do historial do paciente, tanto a nível médico como sexual (alterações registadas, entre outros aspetos), ao qual se adiciona o exame físico e a realização de análises sanguíneas e hormonais. Certos casos podem requerer exames específicos como: eco doppler peniano (para avaliar fluxo sanguíneo), rigidometria (avaliar a capacidade erétil), cavernosometria (para detetar fuga venosa), cavernosografia (drenagem venosa e estudo anatómico dos corpos cavernosos do pénis). A participação da parceira nas consultas pode ser necessária, sobretudo em situações do foro psicológico e relacional.

O tratamento depende da origem do problema e da gravidade dos sintomas.

  • Correção dos hábitos de vida – é o primeiro passo no tratamento deste problema e inclui medidas como: parar de fumar, reduzir o consumo de bebidas alcoólicas, fomentar a prática desportiva regular e uma dieta saudável e equilibrada; bons hábitos de sono; controlo do stress, tratamento de estados de ansiedade ou depressão. Estas medidas permitem melhorias em cerca de 30% dos casos, segundo estimativas.
  • Fármacos – os medicamentos usados dependem da causa do problema e podem favorecer a irrigação peniana, como os inibidores de fosfodieterase, ou atuar a nível hormonal. Em certos casos, os fármacos podem ser injetados diretamente nas cavidades cavernosas do pénis.
  • Terapias – A terapia cognitivo-comportamental: abordagem seguida nos casos com origem psicológica – ansiedade, stress, depressão – ou como complemento de outros tratamentos. O aconselhamento psicológico e terapia sexual podem ajudar a resolver questões relacionais.
  • Dispositivos mecânicos – colocação de aparelhos que auxiliam a ereção, como a bomba de vácuo e anel constritor.
  • Cirurgia – Para corrigir alterações vasculares na origem da disfunção ou para colocação de próteses penianas, que podem ser semirrígidas ou hidráulicas (insufláveis). Esta é considerada uma última opção em situações cujo tratamento farmacológico não traz resultados ou está contraindicado.

Artigo revisto e validado pela especialista em Medicina Geral e Familiar Isabel Braizinha.

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