Constituindo a 7ª causa de morte feminina em todo o mundo, o cancro do ovário é difícil de diagnosticar. Fazer vigilância adequada é o método mais adequado para combater um cancro silencioso.
O cancro do ovário é a neoplasia do aparelho genital feminino que apresenta maior taxa de mortalidade. Atingindo, sobretudo, mulheres no período pré e pós menopausa (a idade média é de 54 anos), apresenta uma taxa de mortalidade de cerca de 70%, de acordo com um estudo da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC). Em Portugal, são diagnosticados, todos os anos, mais de 350 novos casos de cancro do ovário, a 7ª causa de morte feminina no mundo, segundo a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC).
Ao contrário do que acontece com outros tipos de cancros, que permitem um diagnóstico em fase inicial, o cancro do ovário constitui uma doença silenciosa, tendendo a dar sintomas em fases mais avançadas. O diagnóstico do cancro do ovário não é fácil, pelo que na maioria dos casos, quando o problema é descoberto, o grau de compromisso do organismo é já bastante elevado, o que condiciona a possibilidade do tratamento.
De forma geral, os sintomas aparecem quando a doença já se encontra metastizada para o abdómen (gânglios, grande epíplon e peritoneu), o que reduz muito as hipóteses de tratamento.
Combater o silêncio do cancro
Contornar a forma assintomática do cancro do ovário implica assim, o cumprimento de plano anual de visita ao seu médico especialista e a realização de exames de diagnóstico que permitam a deteção atempada da doença. Mulheres acima dos 55 anos e mulheres que apresentem fatores de risco associados ao cancro do ovário, deverão ser especialmente cuidadosas em relação à vigilância.
Quais os fatores de risco?
As causas do cancro do ovário ainda não são conhecidas. Há contudo fatores de risco que se encontram associados à doença e que merecem especial atenção. Nomeadamente:
- Antecedentes familiares de cancro do ovário - o risco aumenta em função do número de familiares de primeiro ou segundo grau afetados (mãe, irmãs) sobretudo se em idade precoce.
- Mulheres com antecedentes de cancro da mama, útero ou colo-retal, têm maior risco de cancro do ovário.
- Mutações genéticas herdadas – Podem encontrar-se mutações genéticas entre 5% a 10% dos casos de cancro do ovário.
- O risco aumenta a partir dos 55 anos.
- Uso de terapêutica hormonal de substituição após a menopausa.
- Uso de fármacos para tratamento da infertilidade (como os estimuladores da ovulação).
- Não ter filhos – As mulheres sem filhos apresentam um risco aumentado de cancro do ovário.
- Obesidade.
As mulheres que procederam à laqueação das trompas de falópio ou que foram sujeitas à remoção cirurgica do útero (histerectomia) revelam uma menor propensão para o desenvolvimento da doença.
Quais os sintomas?
A localização abdominal dos ovários conduz a que os sintomas da doença se revelem mais ao nível abdominal do que pélvico. De forma geral, as queixam são:
- Dor ou inchaço abdominal, pélvico, das costas ou pernas.
- Dor pélvica.
- Problemas gastrointestinais como indigestão, diarreia, prisão de ventre, gases ou arrotos excessivos.
- Náuseas.
- Cansaço permanente.
Mutação genética
As mulheres que apresentem mutação dos genes BRCA1 e BRCA2 com um elevado risco genético comprovado, podem ser aconselhadas a realizar uma cirurgia profilática para remoção dos ovários (ooforectomia).
Vigilância pós-menopausa
É imperativo que as mulheres pós-menopáusicas realizem consultas de rotina e façam os exames de diagnóstico de forma assídua. Uma vez que os cancros do ovário, do endométrio, da mama e o cancro colo-retal afetam sobretudo mulheres com idade mais avançada.
A vigilância é a principal arma no combate ao cancro do ovário, uma patologia que é a 7ª causa de morte feminina em todo o mundo. As mulheres - principalmente se tiverem mais de 55 anos – não deverão descurar a realização de consulta anual, para a além de citologia, ecografia, mamografia e colonoscopia periódicas.

Conteúdo revisto
pelo Conselho Científico da AdvanceCare.
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