Hipertensão e jovens

Saúde e Medicina
Última atualização: 27/05/2025
  • O número de crianças e jovens com hipertensão arterial tem aumentado de forma significativa.
  • O risco de desenvolver hipertensão é mais elevado entre os jovens com excesso de peso ou obesidade.
  • A adoção de hábitos saudáveis é fundamental para a prevenção da hipertensão.
hipertensao

Uma em cada oito crianças e jovens tem tensão arterial elevada.

A hipertensão arterial ocorre quando o sangue exerce uma pressão excessiva sobre as paredes das artérias, acima dos valores considerados normais.

Apesar da incidência da hipertensão ser mais elevada na população idosa, tem-se verificado um aumento de casos entre os mais jovens (idade inferior a 35 anos).

Os valores normais da pressão arterial nos jovens não são iguais aos dos adultos. De acordo com a Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP), os valores de referência variam consoante o género, a idade, o peso e a fase de crescimento, não sendo possível estabelecer um valor único para definir hipertensão, como acontece nos adultos.

Assim, a pressão arterial deve ser medida e interpretada por profissionais de saúde no contexto clínico específico de cada criança ou adolescente.

Na Europa, estima-se que a prevalência da hipertensão arterial em idade pediátrica seja de 3 a 5%. Segundo a Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPHTA), cerca de 12,8% das crianças e jovens entre os 5 e os 18 anos apresentam pressão arterial elevada.

Quais os fatores de risco?

A hipertensão nas crianças e jovens pode resultar da interação entre fatores genéticos e ambientais.

Os principais fatores que podem afetar a pressão arterial são:

  • História familiar de hipertensão;
  • Excesso de peso ou obesidade;
  • Sedentarismo;
  • Alimentação desequilibrada (com excesso de sal e açúcar);
  • Privação de sono;
  • Consumo de álcool, tabaco ou substâncias ilícitas;
  • Consumo de determinados medicamentos;
  • Diabetes;
  • Doença renal;
  • Doença endócrina;
  • Níveis elevados de colesterol.

Em muitos casos, a hipertensão em crianças e jovens resulta de doenças renais, vasculares ou a alterações hormonais.

Quais são os sintomas?

A hipertensão arterial pode desenvolver-se de forma silenciosa ao longo de vários anos, sem provocar sintomas evidentes. Quando surgem sinais, estes tendem a ser vagos e pouco específicos.

Certos sinais, embora não sejam exclusivos da hipertensão, devem motivar uma avaliação médica, nomeadamente:

  • Dores de cabeça recorrentes, por vezes acompanhadas de náuseas e vómitos;
  • Alterações visuais, como visão turva;
  • Dor ou pressão no peito;
  • Sensação geral de mal-estar ou cansaço inexplicado.

Como é feito o diagnóstico?

A hipertensão é, na maioria das vezes, uma doença silenciosa. Por isso, a medição regular da pressão arterial é fundamental para identificar precocemente alterações nos valores e possíveis doenças associadas.

A Sociedade Europeia de Pediatria recomenda que, a partir dos 3 anos de idade, a pressão arterial seja medida em todas as consultas de rotina.

Em determinadas situações clínicas, esta avaliação deve ser iniciada antes dos 3 anos, tais como:

  • Crianças com doenças cardíacas congénitas;
  • Prematuros;
  • Bebés com baixo peso à nascença;
  • Crianças com internamentos prévios em Unidades de Cuidados Intensivos;
  • História familiar de doenças renais congénitas;
  • Episódios frequentes de infeções urinárias.

Sempre que forem detetados valores elevados de tensão arterial, o diagnóstico só deve ser considerado após medições repetidas em, pelo menos, três momentos distintos.

Crianças e jovens com pressão arterial elevada devem ser avaliados anualmente, enquanto aqueles com valores dentro do normal devem ser reavaliados a cada dois anos.

Como tratar?

O principal objetivo do tratamento da hipertensão em crianças e jovens é reduzir os níveis de tensão arterial e evitar complicações a longo prazo.

Quando a hipertensão está associada a outras patologias, é fundamental o tratamento da doença de base.

De forma geral, a primeira abordagem passa pela adoção de hábitos de vida saudáveis. Em determinados casos, e sempre sob orientação médica, pode ser necessário recorrer a medicação para controlar a pressão arterial.

Como prevenir?

A prevenção desempenha um papel crucial na redução do risco de hipertensão e na limitação das consequências a longo prazo.

O envolvimento da família é determinante — desde a promoção de hábitos saudáveis até ao acompanhamento contínuo do tratamento.

Entre as principais medidas preventivas, destacam-se:

  • Reduzir o consumo de sal, de açúcar e de produtos alimentares processados;
  • Aumentar a ingestão de água e o consumo de frutas e legumes frescos;
  • Evitar o uso de tabaco, álcool ou substâncias nocivas;
  • Praticar atividade física regular e adequada à idade;
  • Limitar o tempo passado em atividades sedentárias, como o uso prolongado de ecrãs;
  • Manter um peso corporal adequado à fase de crescimento;
  • Monitorizar a pressão arterial nas consultas médicas.

Este compromisso conjunto entre pais, cuidadores e profissionais de saúde torna possível não só prevenir a hipertensão em crianças e jovens, como também reduzir a sua incidência em gerações futuras.

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