Mitos sobre métodos contracetivos

  • Os métodos contracetivos devem ser escolhidos com base nas necessidades individuais e no estado de saúde de cada pessoa.
  • Os mitos sobre a contraceção podem comprometer a saúde reprodutiva.
  • Ter acesso a informações precisas sobre contraceção é fundamental para a tomada de decisões adequadas.
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Informações incorretas sobre os métodos contracetivos podem representar um risco para a saúde.

De acordo com as estimativas de 2023 da Organização Mundial de Saúde (OMS), 257 milhões de mulheres em idade reprodutiva não têm acesso adequado a métodos contracetivos, o que representa um problema significativo dado que a contraceção desempenha um papel fundamental na promoção da saúde sexual e reprodutiva, no desenvolvimento social e na garantia da autonomia dos cidadãos.

Em Portugal, o acesso ao planeamento familiar, aos métodos contracetivos, à contraceção de emergência e à interrupção voluntária de gravidez é garantido por lei e assegurado pelo Serviço Nacional de Saúde.

No entanto, segundo um estudo de 2021 sobre as Novidades Epidemiológicas Sobre Tendências em Contraceção em Portugal, apenas 35% das mulheres inquiridas afirmam obter informações sobre métodos contracetivos junto do seu ginecologista ou médico de família.

Além disso, a disseminação de informações imprecisas sobre métodos contracetivos compromete a tomada de decisões informadas. Para promover a saúde reprodutiva, prevenir gravidezes não planeadas e reduzir o risco de infeções sexualmente transmissíveis, é essencial garantir o acesso a informações rigorosas e de qualidade sobre a contraceção.

Salienta-se ainda que, a contraceção é uma responsabilidade de ambos os géneros, sendo fundamental para a equidade e a autonomia nas decisões familiares.

De seguida, vamos esclarecer alguns mitos sobre a contraceção.

Mitos

A pílula começa a ser eficaz logo no início da toma

A proteção contracetiva da pílula não é imediata, sendo necessários 7 dias consecutivos de toma para que atue com eficácia. Durante este período inicial, é essencial utilizar um método contracetivo adicional, como o preservativo, para garantir a proteção.

Além disso, se a pílula for iniciada fora do período recomendado (por exemplo, a meio do ciclo menstrual), o tempo de eficácia pode ser diferente, sendo importante seguir as orientações do médico para assegurar a proteção adequada.

A contraceção intrauterina (SIU e DIU) aumenta o risco de infertilidade

Os contracetivos intrauterinos, como o Sistema Intrauterino (SIU) e o Dispositivo Intrauterino (DIU), são métodos de longa duração, com elevada segurança e eficácia.

De acordo com o Consenso de Contraceção (2020), a taxa de gravidez após um ano da remoção da contraceção intrauterina é de 80%, o que é comparável com a taxa de gravidez observada em mulheres que não utilizaram métodos intrauterinos.

O preservativo oferece proteção total contra as doenças sexualmente transmissíveis

O preservativo é o único método contracetivo que oferece proteção contra as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Quando utilizado corretamente, é um método de elevada eficácia. Contudo, essa eficácia pode ser comprometida se não for utilizado de forma constante ou adequada.

Por exemplo, os preservativos podem falhar na prevenção de DSTs e gravidezes devido a erros no uso, como a colocação incorreta ou a sua rutura. Além disso, os preservativos podem perder as suas propriedades originais se forem expostos à luz solar ou a temperaturas elevadas, ou se estiverem fora do prazo de validade.

É importante salientar que nenhum método contracetivo garante proteção absoluta. A combinação de métodos contracetivos pode aumentar a eficácia na prevenção de gravidezes e doenças sexualmente transmissíveis.

O preservativo feminino é muito menos eficaz que o masculino

O preservativo masculino tem uma eficácia de 98-99% enquanto o preservativo feminino apresenta uma eficácia de 95%. Apesar da ligeira diferença, ambos são métodos contracetivos seguros e eficazes quando utilizados corretamente.

Para aumentar a eficácia contracetiva do preservativo, pode-se recorrer à proteção dupla, que consiste no uso simultâneo de dois métodos contracetivos: o preservativo e um outro método, como a pílula ou a contraceção intrauterina.

O DIU é apenas para mulheres que já tiveram filhos

Desde que haja indicação médica, os dispositivos intrauterinos (DIU) podem ser utilizados por mulheres, independentemente da idade ou de já terem filhos.

No entanto, a introdução de um DIU pode causar, embora raramente, dores ou contrações uterinas. Estes efeitos são mais frequentes nas mulheres que nunca tiveram filhos, mas não são exclusivos destas.

O método do calendário é completamente eficaz

Os métodos naturais, como o método do calendário, exigem muita atenção, pois a mulher deve aprender a reconhecer e a identificar as mudanças no seu corpo durante as diferentes fases do ciclo menstrual. Além disso, os métodos naturais devem ser utilizados apenas por mulheres com ciclos menstruais regulares e saudáveis, e que estejam disponíveis para registar e monitorizar o seu ciclo de forma consistente.

Também é importante destacar que, os métodos naturais são mais adequados para ajudar a determinar o melhor período para conceção, e não para prevenir uma gravidez, uma vez que a sua eficácia é inferior à dos métodos contracetivos hormonais.

Salienta-se ainda que a segurança e eficácia contracetiva dos diferentes métodos dependem de vários fatores, tais como, as características pessoais e clínicas, interações medicamentosas e a correta utilização e/ou adesão ao método.

É fundamental consultar um médico para obter informações precisas e personalizadas sobre métodos contracetivos, garantindo uma escolha adequada às necessidades individuais e ao estado de saúde.

Para decisões informadas, a Advancecare dispões de uma Rede Médica AdvanceCare com mais de 50.000 prestadores de cuidados de saúde.

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pelo Conselho Científico da AdvanceCare.

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