O que é a legionella?

Saúde e Medicina
Última atualização: 04/10/2022
  • A Doença dos Legionários, ou Legionella, é uma bacteriana grave causada pela bactéria Legionella Pneumophila.
  • Em Portugal, a Legionella foi detetada pela primeira vez em 1979 e está incluída na lista de doenças transmissíveis de declaração obrigatória.
  • A Legionella é uma bactéria que se encontra habitualmente nos reservatórios de água como rios, lagos, nascentes, fontes hidrotermais e solos húmidos, transmitindo-se a infeção por via aérea.
  • Os sintomas da doença são semelhantes aos de uma gripe forte, sendo que o seu tratamento faz-se através da administração de antibióticos. Em alguns casos, se a intervenção não for atempada, a doença pode ser fatal.

Constituindo uma pneumonia bacteriana grave, a infeção por legionella pode ser mortal. Contudo, na grande maioria dos casos, uma intervenção atempada permite que a doença seja tratada com antibiótico.

Uma infeção respiratória bacteriana grave

A Doença dos Legionários (Legionella) é uma infeção respiratória bacteriana grave originada pela bactéria Legionella Pneumophila, que provoca pneumonias que podem ser potencialmente mortais

.
O nome da doença remonta ao ano de 1976, altura em que se realizou um congresso no Bellevue Stratford Hotel (Filadélfia), Estados Unidos, durante o qual faleceram inesperadamente 34 participantes e 221 contraíram uma pneumonia grave. Apesar de nessa altura a bactéria já ser conhecida, este episódio suscitou um interesse acrescido sobre este microorganismo. Neste caso específico, a legionella encontrou condições favoráveis ao desenvolvimento no sistema de ar condicionado que se encontrava na sala onde decorria o congresso.

Constituindo um importante problema de Saúde Pública, a Doença dos Legionários, pertence ao leque de patologias de declaração obrigatória. Nestes casos é importante ter em atenção todos os contactos que o paciente teve com outras pessoas, assim como o local em que possivelmente foi infetado.

Doença dos Legionários em Portugal

No nosso país, segundo a Direção-Geral da Saúde, a Doença dos Legionários foi detetada pela primeira vez em 1979 e está incluída na lista de doenças transmissíveis de declaração obrigatória desde 1999 (Portaria n.º 1071/98, de 31 de dezembro), sendo também obrigatório notificar à rede comunitária, segundo a Decisão da Comissão Europeia n.º 2119/98/CE de 24 de setembro de 1998.

Em abril de 2004, a Direção-Gera da Saúde, através das Circulares Normativas n.º 5/DEP e n.º 6/DT, criou o Programa Nacional de Vigilância Epidemiológica Integrada da Doença dos Legionários, com o objetivo de reforçar a vigilância epidemiológica da Doença.

Onde se encontra a bactéria

A legionella é uma bactéria que tem como habitat natural reservatórios de água como rios, lagos, nascentes, fontes hidrotermais e solos húmidos. Esta pode ser igualmente encontrada em sistemas artificiais de circulação de água como circuitos de água quente sanitária (chuveiros), circuitos de água fria para consumo humano, rega por aspersão, filtros de aparelhos de ar condicionado e as suas condutas, sistemas de refrigeração, desumidificadores, nebulizadores e fontes decorativas.

Forma de transmissão

De acordo com as informações das autoridades de saúde, a infeção transmite-se por via aérea, através da inalação de gotículas de águas contaminadas com a bactéria. Esta não se transmite através da ingestão de água contaminada nem se transmite de pessoa para pessoa.

O período de incubação da bactéria varia entre dois a dez dias.

Sintomas de infeção por Legionella

Os sintomas provocados pela legionella são semelhantes aos de uma gripe forte, sendo os mais comuns febre alta, tosse, expetoração hemorrágica (eventualmente com sangue), diarreia, vómitos, dores de cabeça e musculares, arrepios, confusão mental e dificuldade respiratória.

A legionella pode provocar o aparecimento de uma outra forma clínica (rara), conhecida por “Febre de Pontiac”, uma infeção que se caracteriza pelo desenvolvimento de um quadro clínico semelhante ao anterior, mas com menor intensidade. Esta forma de infeção por legionella é mais ligeira, não levando à pneumonia ou acarretando complicações.

O que fazer se apresentar sintomas de Legionella?

Se tiver os sintomas apresentados e tiver tido exposição a aerossóis de qualidade duvidosa, especialmente, se existirem vários casos conhecidos na mesma área, deve contactar a linha Saúde 24 (808 24 24 24), antes de se dirigir ao seu médico ou a uma urgência hospitalar.

Nas urgências deve ser claro a explicar as suas queixas (sintomas) e contar que respirou aerossóis.

Formas de diagnóstico

O diagnóstico realiza-se através da combinação das queixas apresentadas pelos doentes e da história de exposição a aerossóis. Essa exposição pode ser confirmada por exames laboratoriais simples (um teste de urina, na maioria dos casos, identifica a presença da bactéria).

Grupos de risco

Nem todos os indivíduos expostos à bactéria desenvolvem a doença. O sistema imunitário dos indivíduos saudáveis pode, eventualmente, combater a bactéria e não desenvolver infeção. O problema mais grave coloca-se, assim, quando os indivíduos debilitados (com sistema imunológico enfraquecido), entram em contacto com a bactéria e desenvolvem a infeção.

Doentes sujeitos a tratamentos de quimioterapia ou com corticoides, doentes com patologia respiratória crónica, tais como asma ou DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica) e pessoas idosas, correm um risco elevado de, uma vez contactando com a bactéria, desenvolverem quadros de tal forma graves de pneumonia, que podem conduzir à morte.

Sendo extremamente rara em crianças e adolescentes abaixo dos 20 anos, a doença afeta sobretudo indivíduos do sexo masculino, fumadores e pessoas acima dos 30 anos.

Tratamento

O tratamento faz-se através da administração de antibióticos. A terapêutica deve ser iniciada assim que haja suspeita de infeção, de forma empírica e ajustada consoante o resultado dos exames.

Como se pode prevenir

Uma vez que a legionella é capaz de sobreviver, por longos períodos, em condições ambientais hostis, o ser humano corre um risco maior de ser exposto a este agente. Não sendo uma bactéria fácil de prevenir, é importante a revisão periódica dos sistemas de água e dos sistemas de refrigeração dos edifícios, locais apontados como sendo os focos mais comuns da infeção.

Existem algumas medidas específicas a ter em casa:

  • Evite respirar vapores de água de duche, piscinas, jacuzzis, locais cuja higiene à partida lhe parece duvidosa ou que desconhece, em especial, se pertencer a um grupo de risco para doença grave;
  • Limpe os filtros das torneiras e mergulhe as “cabeças” dos chuveiros em lixívia, tendo o cuidado de enxaguar devidamente após a limpeza;
  • Evite respirar os primeiros vapores de águas paradas (por exemplo, em termoacumuladores ou esquentadores sem uso por algum tempo).

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