A bulimia nervosa é um transtorno alimentar marcado por episódios de voracidade, seguido de desejos de expulsar tudo o que foi ingerido, vomitando e eventualmente forçando as dejeções. Nos episódios de voracidade, o bulímico ingere uma grande quantidade de comida de uma só vez, purgando-a seguidamente, através da indução do vómito ou da administração de elevadas doses de laxantes e diuréticos.
Na bulimia, as oscilações de peso podem não ser significativas, não havendo evidência de que o indivíduo sofre de um transtorno alimentar. É comum os bulímicos apresentarem lesões do tracto digestivo, boca, dentes e glândulas salivares, para além de outros problemas que advêm dos ciclos constantes de “alimentação compulsiva – purga”, que acarretam malefícios sérios para a saúde.
A bulimia nervosa afecta 1-2% dos adolescentes e de mulheres jovens, sendo que 80% dos bulímicos são mulheres e a grande maioria apresenta um peso normal. É usualmente associada à depressão e ao processo de ajustamento social, a bulimia é um indicador de um maior risco de suicídio e de outro tipo de complicações.
Causas da Bulimia
A Bulímia Nervosa encontra-se, sobretudo, asociada a perturbação depressiva, problemas de auto-confiança e auto-imagem.
Sintomas da Bulimia
- Episódios frequentes de ingestão de grandes quantidades de alimentos num curto espaço de tempo, seguido de comportamentos que evitem o aumento de peso (indução de vómito, consumo de laxantes e diuréticos).
- Sentimento de descontrole durante os episódios de ingestão.
- Atenção demasiado centrada na questão da imagem.
- Deterioração do esmalte dos dentes e estomatites.

A bulimia nervosa é um transtorno alimentar caracterizado por episódios de voracidade em que são ingeridas grandes doses de comida, seguidos do desejo de expulsar o que foi ingerido vomitando e, até, forçando as dejeções.
Consequências
- Os episódios recorrentes de voracidade e purga podem danificar todo o sistema digestivo e provocar desiquilíbrios eletrolíticos e químicos, que podem lesar o sistema cardiovascular e outros órgãos.
- Os desiquilíbrios eletrolíticos podem conduzir a arritmia cardíaca e levar à falência cardíaca e à morte. O desiquilíbrio eletrolítico advém da desidratação e perda de potássio e sódio, resultante dos episódios de purgação.
- Pode haver rutura do esófago provocado pelo vómito frequente.
- Deterioração dentária.
- Obstipação crónica, provocada pelo uso excessivo de laxantes.
- Rutura gástrica em consequência da ingestão alimentar excessiva.
Tratamento da Bulimia
Apesar da bulimia se repercurtir fortemente no plano físico, é diagnosticada de acordo com critérios de saúde mental. O seu diagnóstico precoce permitirá travar o problema antes que este provoque danos sérios. É importante estar atento a alguns sinais:
- Esconder a comida reservada a episódios de voracidade (sobretudo comida calórica como pão, massas, doces, sobremesas).
- Mentir sobre o que comeram.
- Comer compulsivamente em segredo.
- Vomitar em segredo.
- Esconder laxantes e diuréticos.
- Evidência de actos de purgação, incluindo idas freequentes à casa de banho após as refeições, sinais de vómito e presença de embalagens de laxantes e diuréticos.
- Deixar a água do duche ou da casa de banho a correr para disfarçar os episódios de purgação.
- Demonstrar uma profunda preocupação em relação ao peso e à forma em geral.
- Tumefação das glândulas salivares e maçãs do rosto.
- Apresentar queixas frequentes de problemas dentários.
- Vestir roupas largas.
- Apresentar fraco ou nenhum impulso sexual.
- Cicatrizes nos nós dos dedos provocados pela indução do vómito.
- Manutenção de um estilo de vida centrado nos episódios de voracidade-purga.
As duas principais abordagens de tratamento são a psicoterapia e os fármacos. A psicoterapia, sobretudo quando realizada por terapeutas especializados em perturbações alimentares, é essencial. Os medicamentos antidepressivos podem, muitas vezes, ajudar a controlar a bulimia nervosa, mesmo quando a pessoa não apresenta evidência de depressão.
Artigo revisto e validado pelo especialista em Medicina Geral e Familiar José Ramos Osório.

Conteúdo revisto
pelo Conselho Científico da AdvanceCare.
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