A Doença Inflamatória Pélvica (DIP) é uma infeção dos órgãos reprodutores femininos, causada por ação bacteriana. É mais frequente nas mulheres jovens e sexualmente ativas e que têm múltiplos parceiros sexuais, ocorrendo muito raramente após a menopausa.
A transmissão faz-se essencialmente através do contacto sexual, durante o parto (no caso da mãe estar infetada) ou por contaminação indireta (utilização de artigos contaminados). Após a infeção, dá-se um período de incubação que pode variar de 2 a 4 dias e pode chegar aos 30 dias.
Pelo facto do órgão sexual feminino ser interno (e logo mais húmido apresentando a temperatura ideal para a proliferação de bactérias), as mulheres estão mais propensas a apresentar sintomas de infeção. Na maioria das vezes, o homem não apresenta sintomas, ou seja, é assintomático. No homem, a patologia é conhecida como uretrite ou infeção da uretra.
A infeção pode provocar infertilidade, parto prematuro e aborto.
Causas da DIP
A DIP é transmitida por bactérias que provocam clamídia e gonorreia. Há outros agentes responsáveis pela infeção, mas com menor incidência.
Sintomas da DIP
- Ardor e dor durante a micção (disúria).
- Febre baixa.
- Corrimento vaginal que varia do amarelo ao purulento, com odor característico e forte.
- Menstruação irregular.
- Dor na região pélvica ou abdominal durante o ato sexual.
- Sintomas semelhantes aos da gripe, como febre, mau estar, desconforto, fadiga e vómitos.
Caso atinja as trompas, a infeção pode originar abcessos ou obstruções severas. Na região da vulva, pode afetar a glândula de Bartholin, provocando Bartholinites (que deixam a vulva sensível e exposta a novas infeções).
Diagnóstico e Tratamento da DIP
O diagnóstico é basicamente clínico, não havendo necessidade de exames laboratoriais específicos. Contudo, caso seja necessário, realiza-se um teste de cultura que pretende conhecer o grau de infeção do doente. Pode ser necessário realizar uma laparoscopia, de forma a poder observar as trompas e ovários.
A DIP pode ter diferentes estágios de infeção, sendo o tratamento adequado ao estágio em que o doente se encontra:
Leve – trata-se através da combinação de antibióticos (orais e injetáveis).
Moderada – Exige a administração de antibiótico intravenoso durante vários dias.
Grave – Exige internamento hospitalar e administração de antibiótico intravenoso de forma continuada.
Caso haja abcesso na zona pélvica, é necessário proceder a drenagem cirúrgica.
A prevenção é feita através de:
– Utilização de preservativo.
– Redução do número de parceiros sexuais.
O exame pélvico anual, em paralelo com análises laboratoriais, permitem uma intervenção atempada em caso de infeção.
Artigo revisto e validado pelo especialista em Medicina Geral e Familiar José Ramos Osório.
Conteúdo revisto
pelo Conselho Científico da AdvanceCare.
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