A encefalopatia consiste numa inflamação do encéfalo, que pode resultar de:

– Infeções (virais, bacterianas ou parasitárias).

– Défices nutricionais (avitaminoses, deficiências minerais).

– Anoxia cerebral.

– Patologia Hepática.

A encefalopatia por patologia hepática – encefalopatia hepática – consiste na deterioração da função cerebral por substâncias tóxicas presentes no sangue e que não foram eliminadas pelo fígado. Isto pode suceder em casos:

  • Associados a falência hepática aguda.
  • Relacionados com “bypass” porto-sistémico, quer seja estabelecido por manobra cirúrgica no intuito de resolução de hipertensão portal, quer seja o resultado natural de uma doença hepática em que se estabeleceram ligações entre o sistema porta e a circulação geral. Em qualquer das situações existe sangue que não passa pelo fígado e em que, portanto, as toxinas não são eliminadas.
  • Associada a insuficiência hepática crónica por cirrose ou hipertensão portal.
encefalopatia Bactérias responsáveis pela encefalopatia.

A encefalopatia pode ser causada por infeções.

Causas

A encefalopatia é provocada por inúmeros distúrbios ou agressões que reduzem a função hepática. Este tipo de mudança pode acontecer lentamente ao longo dos anos ou ser súbita. As causas mais frequentes são:

  • Ingestão excessiva de proteínas.
  • Consumo excessivo de bebidas alcoólicas e drogas.
  • Uso prolongado de sedativos, hipnóticos, diuréticos.
  • Insuficiência renal.
  • Alteração da pressão sanguínea no cérebro, incluindo quando provocada por traumatismos.
  • Hemorragia digestiva (esófago, estômago, intestinos).
  • Intoxicação por produtos químicos (amoníaco, chumbo e mercúrio).
  • Tumores cerebrais.
  • Problemas metabólicos.
  • Cirurgia.

Sintomas

As manifestações desta síndrome são tão diferentes como pode ser a sua origem. O único sintoma comum em todas as manifestações são as alterações do estado mental. A encefalopatia pode provocar os seguintes sintomas:

  • Convulsões.
  • Má coordenação motora.
  • Tremor nas mãos ao estender os braços.
  • Demência.
  • Perda de memória.
  • Sonolência.
  • Icterícia.
  • Halitose.
  • Alterações da personalidade.
  • Espasmos musculares e mialgia.
  • Perda de capacidade para ler e escrever.
  • Respiração alterada que, no estado mais grave, pode conduzir ao coma. 

Diagnóstico e Tratamento

O tratamento depende da causa. Feito o diagnóstico, baseado na história clínica, exame físico e elementos complementares de diagnóstico (valores analíticos alterados com concentrações elevadas de amoníaco, EEG com registos de ondas cerebrais anormais), é necessário corrigir os fatores que causam o problema e estabelecer o tratamento de acordo com a sua origem e gravidade:

  • Em casos leves, com anoxia a curto prazo (menos de dois minutos): oxigenoterapia.
  • Anoxia a longo prazo: reabilitação.
  • Abuso de álcool prolongado que pode ter provocado cirrose ou insuficiência hepática crónica: lactulose por via oral (administração de açúcar sintético que altera a acidez no interior do intestino, provocando alterações na flora bacteriana existente, diminuindo a absorção de amoníaco e atuando como laxante), dieta com baixos níveis de proteína e antibióticos.
  • Encefalopatia urémica (causada por insuficiência renal): corrigir a causa fisiológica, diálise e, em último recurso, transplante renal.
  • Encefalopatia diabética: administração de glicose no tratamento de hipoglicemia, e eliminação da glucose no sangue para o tratamento de hiperglicemia.
  • Encefalopatia hipo- ou hipertensiva: medicação para aumentar (para hipotensos) ou reduzir (para hipertensos) a pressão arterial.

 

Artigo revisto e validado pela especialista em Medicina Geral e Familiar Isabel Braizinha.

 

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