Cientificamente conhecida como doença de Hansen ou hanseníase, é uma enfermidade infeciosa crónica provocada pela bactéria com forma de bacilo mycrobacterium leprae, que afeta os nervos periféricos, a pele, os olhos, testículos, as estruturas do trato respiratório superior e a mucosa nasal.

Este microrganismo patogénico intracelular tem um crescimento lento e não vive fora do seu hospedeiro. Como só se desenvolve em humanos, (que podem ser contagiados pela terra, mosquitos, percevejos e/ou tatus) e por não crescer em laboratório, torna-se mais difícil investigar a doença.

Existem três tipos de lepra, com gravidades distintas.

  1. Lepra tuberculoide: é a forma mais comum e atinge o tecido nervoso, a pele e as mucosas. As erupções cutâneas são esbranquiçadas e achatadas. É uma forma não contagiosa.
  2. Lepra lepromatosa: á a manifestação mais grave e perigosa da doença. Começa por afetar a pele e as mucosas e, em estados avançados, os nervos.
  3. A lepra limítrofe ou borderline: os sintomas são híbridos, podendo assumir as duas manifestações da doença anterior. A evolução ou recuperação do organismo revela-se bastante instável.
Lepra Imagem computadorizada de pele infetada com bacilos mycrobacterium leprae.

Esta bactéria foi descoberta em 1873, pelo cientista G.A. Hansen, na Noruega.

Causas de Lepra

A lepra tornou-se uma patologia rara em países desenvolvidos, mas ainda subsiste em zonas tropicais e subtropicais. Apesar da antiguidade da doença (o primeiro caso data de 600 a.C.), a comunidade científica ainda não conseguiu, no entanto, esclarecer completamente a forma como esta bactéria se transmite. Sabe-se que a sua disseminação acontece através da exposição prolongada a gotículas nasais e saliva do doente, mas o contacto com as lesões cutâneas ou feridas infetadas com bacilos também é apontado como sendo outro meio de contágio.

Embora não seja hereditária, há indícios científicos que possa existir uma propensão genética que torna a pessoa vulnerável à doença. Contudo, entre 90 a 95 por cento da população já é resistente a esta bactéria patogénica.

Sintomas de Lepra

Como é uma doença de crescimento lento, os primeiros sinais podem levar entre três a dez anos a manifestar-se, além de que os seus sintomas dependem da imunidade da pessoa contaminada e do tipo de lepra. Em alguns casos, podem mesmo demorar 20 anos ou mais a surgir. A doença identifica-se por:

  • Perda de sensibilidade da pele, com incapacidade para sentir o tato, a sensação térmica ao calor e ao frio e, posteriormente, à dor.
  • Sensação de dormência.
  • Manchas brancas ou avermelhadas.
  • Falta de secreção sudorífera.
  • Lesões neurológicas periféricas (braços e pernas).
  • Formação de placas cutâneas em várias zonas do corpo.
  • Fraqueza muscular.
  • Se não for tratada pode provocar danos irreversíveis na pele, nervos, olhos e membros.

Tratamento da Lepra

Como alguns agentes patogénicos se podem revelar resistentes à medicação, o tratamento da lepra consiste na administração de vários antibióticos (como a dapsona, a rifampicina e a clofazimina, entre outros) para eliminar os microrganismos causadores da infeção, particularmente, no caso da lepra lepromatosa, a mais resistente e contagiosa.

Artigo revisto e validado por Maria Isabel Braizinha, especialista em Medicina Geral e Familiar.

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