Cientificamente conhecida como doença de Hansen ou hanseníase, é uma enfermidade infecciosa crónica provocada pela bactéria com forma de bacilo mycrobacterium leprae, que afeta os nervos periféricos, a pele, os olhos, testiculos, as estruturas do trato respiratório superior e a mucosa nasal. Descoberta, em 1873, pelo cientista G.A. Hansen, na Noruega, este microrganismo patogénico intracelular tem um crescimento lento e não vive fora do seu hospedeiro. Como só se desenvolve em humanos, (que podem ser contagiados pela terra, mosquitos, percevejos e/ou tatus,) e por não crescer em laboratório, torna-se mais difícil investigar a doença.
Existem três tipos de lepra, com gravidades distintas.

Imagem computadorizada de pele infetada com bacilos mycrobacterium leprae
- Lepra tuberculoide: É a forma mais comum e atinge o tecido nervoso, a pele e as mucosas. As erupções cutâneas são esbranquiçadas e achatadas. É uma forma não contagiosa.
- Lepra lepromatosa: É a manifestação mais grave e perigosa da doença. Começa por afetar a pele e as mucosas e, em estados avançados, os nervos.
- A lepra limítrofe ou borderline: Os sintomas são híbridos podendo assumir as duas manifestações da doença anterior. A evolução ou recuperação do organismo revela-se bastante instável.
Causas de Lepra
A lepra tornou-se uma patologia rara em países desenvolvidos, mas ainda subsiste em zonas tropicais e subtropicais. Apesar da antiguidade da doença (o primeiro caso data de há 600 a.C), a comunidade científica ainda não conseguiu, no entanto, esclarecer completamente a forma como esta bactéria se transmite. Sabe-se que a sua disseminação acontece através da exposição prolongada a gotículas nasais e saliva do doente, mas o contacto com as lesões cutâneas ou feridas infetadas com bacilos também é apontado como sendo outro meio de contágio.
Embora não seja hereditária, há indícios científicos que possa existir uma propensão genética que torna a pessoa vulnerável à doença. Contudo, entre 90 a 95 por cento da população já é resistente a esta bactéria patogénica.
Sintomas de Lepra
Como é uma doença de crescimento lento, os primeiros sinais podem levar entre três a dez anos a manifestar-se, além de que os seus sintomas dependem da imunidade da pessoa contaminada e do tipo de lepra. Em alguns casos, podem mesmo demorar 20 anos ou mais a surgir. A doença identifica-se por:
- Perda de sensibilidade da pele, com incapacidade para sentir o tacto, a sensação térmica ao calor e ao frio e, posteriormente, à dor.
- Sensação de dormência.
- Manchas brancas ou avermelhadas.
- Falta de secreção sudorífera.
- Lesões neurológicas periféricas (braços e pernas).
- Formação de placas cutâneas em várias zonas do corpo.
- Fraqueza muscular.
- Se não for tratada pode provocar danos irreversíveis na pele, nervos, olhos e membros.
Tratamento da Lepra
Como alguns agentes patogénicos se podem revelar resistentes à medicação, o tratamento da lepra consiste na administração de vários antibióticos (como a dapsona, o rifampicina e a clofazimia, entre outros) para eliminar os microrganismos causadores da infeção, particularmente, no caso da lepra lepromatosa, a mais resistente e contagiosa.
Artigo revisto e validado pela especialista em Medicina Geral e Familiar Maria Isabel Braizinha.

Conteúdo revisto
pelo Conselho Científico da AdvanceCare.
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