O que é a mononucleose infeciosa
A mononucleose infeciosa é uma doença caracterizada por febre, dor de garganta e tumefação dos gânglios linfáticos, causada pelo vírus de Epstein-Barr (um herpesvírus). O vírus invade as células que revestem o nariz e a garganta, atingindo posteriormente os linfócitos B (glóbulos brancos responsáveis pela produção de anticorpos). O vírus propaga-se através da saliva (motivo pelo qual a doença é conhecida pela “doença do beijo”), tendo como meio privilegiado de contágio a tosse, os espirros, os copos, os talheres, etc.
Causas
A infeção causada pelo vírus de Epstein-Barr é muito frequente, afetando sobretudo crianças – cerca de 50% das crianças já sofreu uma infeção pelo vírus de Epstein-Barr antes dos cinco anos de idade – mas pode aparecer, igualmente, em adolescentes e adultos. Contudo, o vírus não é muito contagioso. Os adolescentes e os adultos jovens costumam contrair mononucleose infecciosa ao beijar-se ou ao ter outro contato íntimo com alguém já infetado. Uma vez que não existe vacina, o contágio é difícil de evitar.
Sintomas
Os sintomas podem confundir-se com uma gripe, o que pode dificultar o diagnóstico. Há, contudo três sintomas principais:
- Febre alta (normalmente acima de 39,5º).
- Dor de garganta.
- Aumento do volume dos gânglios do pescoço e axilas.
Pode haver também:
- Perda de apetite.
- Cansaço inexplicável.
- Das pessoas que sofrem de mononucleose infeciosa, 50% manifestam aumento do baço. Pode haver ligeiro aumento do fígado, com icterícia e edema à volta dos olhos.
Complicações
Normalmente, a mononucleose desaparece sem deixar sequelas. Mas por vezes há complicações como a rutura do baço, situação que exige intervenção, com extração do órgão, ou a compressão das vias respiratórios devido ao crescimento excessivo dos gânglios linfáticos do pescoço que poderá resultar numa congestão pulmonar.
Outras complicações compreendem inflamação do tecido cerebral (encefalite), convulsões, alterações nervosas, inflamação do revestimento cerebral (meningite) e anomalias do comportamento.
O vírus de Epstein-Barr tem sido relacionado com o linfoma de Burkitt (um tipo de cancro que aparece principalmente na África tropical). Também pode contribuir para o desenvolvimento de certos tumores dos linfócitos B que afetam as pessoas imunodeprimidas (como as submetidas a transplantes de órgãos ou as que sofrem de SIDA) e em alguns cancros do nariz ou da garganta. Apesar de não se saber qual o papel que o vírus desempenha nestes cancros, pensa-se que partes específicas do material genético do mesmo alterem o ciclo de crescimento das células infetadas.
Tratamento
O diagnóstico baseia-se na sintomatologia. No entanto, os sintomas não são específicos e assemelham-se aos de outras infeções (tais como a infeção por citomegalovírus ou a toxoplasmose). A análise de sangue pode confirmar o diagnóstico de mononucleose infecciosa ao detetar anticorpos contra o vírus de Epstein-Barr.
As pessoas infetadas devem fazer repouso até que desapareça a febre, a dor de garganta e a sensação de mal-estar. O risco de ruptura do baço implica cuidado com desportos de contato ou levantamento de pesos durante um período de seis a oito semanas.
A febre e a dor são normalmente combatidas com paracetamol. Complicações, como a inflamação das vias respiratórias, podem ser tratadas com corticosteroides.
Artigo revisto e validado pela especialista em Medicina Geral e Familiar Isabel Braizinha.

Conteúdo revisto
pelo Conselho Científico da AdvanceCare.
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