É a inflamação do pericárdio (membrana em forma de bolsa que envolve o coração, que afeta o funcionamento do coração). Esta membrana é composta por duas camadas, separadas por um líquido. Em caso de pericardite, pode verificar-se a irritação da membrana, fricção entre as duas camadas e acumulação de fluidos. Pode dividir-se em dois tipos:
Pericardite aguda – inflamação súbita do pericárdio, que se caracteriza por dor intensa e se prolonga por algumas semanas.
Pericardite crónica – processo inflamatório gradual, que pode originar o desenvolvimento de tecido fibroso no pericárdio (pericardite crónica constritiva) ou a acumulação de líquido no mesmo (pericardite crónica com derrame). Pode manifestar-se de forma contínua ou intermitente.
É uma doença que pode surgir em qualquer idade, embora seja mais comum no sexo masculino, entre os 20 e os 50 anos.
Causas de Pericardite
A origem da pericardite, sobretudo crónica, é muitas vezes desconhecida. Especialistas atribuem esta patologia a várias situações, tanto patológicas como respostas do organismo a problemas cardíacos, tratamentos ou cirurgias prévias. Regra geral, as infeções virais são a causa mais frequente de pericardite aguda, enquanto a pericardite crónica surge associada a doenças autoimunes.
Muitos casos de pericardite devem-se a:
- Infeções virais (infeções respiratórias são uma causa comum).
- Patologias (como o cancro, tuberculose, SIDA, insuficiência renal).
- Problemas cardíacos (enfarte do miocárdio) ou cirurgia cardíaca anterior.
- Doenças inflamatórias sistémicas, como o lúpus eritematoso sistémico e a artrite reumatoide.
- Lesões provocadas por acidentes ou tratamentos (radioterapia após cancro da mama, por exemplo).
Sintomas de Pericardite
Um dos principais sintomas de pericardite é a dor no peito que pode ser muito intensa e penetrante, caso se trate de uma pericardite aguda, pode irradiar para a zona do ombro e braço esquerdo e piorar na posição deitado, ao respirar profundamente ou ao tossir.
Os restantes sinais e sintomas associados a esta patologia são:
- Falta de ar ou dificuldade em respirar.
- Palpitações.
- Febre.
- Sensação geral de fraqueza, fadiga ou náuseas.
- Tosse.
- Edema abdominal ou nos membros inferiores.
Tratamento de Pericardite
Auscultação, radiografia ao tórax, ecocardiograma e análises ao sangue são os exames que permitem diagnosticar esta patologia, tanto confirmar a sua existência como detetar, em alguns casos, o que está na sua origem.
A maioria dos casos de pericardite é ligeiro e resolve-se por si. Em situações mais graves ou crónicas pode recorrer-se a medicamentos ou até cirurgia. O tratamento depende da doença associada (quando esta é identificada) e pode incluir:
- Fármacos – para combater a infeção viral na sua origem e minimizar os sintomas de dor. Uso de antibióticos caso se trate de uma infeção bacteriana.
- Cirurgia – para proceder à drenagem do líquido acumulado na membrana ou à remoção total do pericárdio, em caso de tumor ou pericardite crónica.
- Diálise – caso a patologia na sua origem seja a insuficiência renal.
Artigo revisto e validado por Isabel Braizinha, especialista em Medicina Geral e Familiar.
Conteúdo revisto
pelo Conselho Científico da AdvanceCare.
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