A polimiosite é uma doença crónica do tecido conjuntivo caraterizada por inflamação, que provoca dor e degenerescência dos músculos (a dermatomiosite é uma doença igual à polimiosite mas com expressão cutânea).
A polimiosite faz parte de um grupo heterogéneo de doenças raras (estima-se que a incidência varie de 0,5 a 8,4 casos por milhão) e carateriza-se por fraqueza muscular proximal e inflamação dos músculos esqueléticos.
Classicamente as poli/dermatomiosites são subdivididas em 5 grupos:

  • Dermatomiosite.
  • Polimiosite.
  • Dermatomiosite e polimiosite juvenil.
  • Miosites associadas a neoplasias.
  • Miosites associadas a doenças do colagénio, como lúpus eritematoso sistémico e esclerose sistémica.

A polimiosite manifesta-se sobretudo em dois grupos etários:

  • Crianças dos 5 aos 15 anos.
  • Adultos de 40 a 60 anos.

Nos adultos, estas doenças podem aparecer de forma isolada ou fazer parte de outros problemas do tecido conjuntivo, como a doença mista do tecido conjuntivo.

Estas patologias evoluem até à incapacidade muscular, fraqueza e deterioração. A debilidade manifesta-se tipicamente nos ombros e nas ancas, mas pode afetar simetricamente os músculos de todo o corpo.

Polimiosite Imagem microscópica de músculo afetado por polimiosite.

As mulheres são duas vezes mais afetadas do que os homens.

Causas de Polimiosite

A causa da patologia é desconhecida. Contempla-se, contudo, que os vírus ou certas reações autoimunes desempenhem um papel importante no desenvolvimento desta patologia.

A patologia oncológica também pode desencadear estas doenças (uma reação autoimune contra o cancro pode também afetar uma substância componente dos músculos). Cerca de 15 % dos homens com mais de 50 anos que sofrem de polimiosite têm cancro.

Sintomas de Polimiosite

Apesar do desenvolvimento da polimiosite ser mais abrupto nas crianças do que nos adultos, os sintomas são semelhantes em todas as idades. Os sintomas, que podem começar durante ou imediatamente após uma infeção, incluem:

  • Fraqueza muscular (particularmente nos braços, ancas e coxas).
  • Dor articular e muscular (aparece num terço das pessoas afetadas).
  • Fenómeno de Raynaud.
  • Erupção cutânea.
  • Dificuldade na deglutição.
  • Febre.
  • Cansaço.
  • Perda de peso.

Na Dermatomiosite, as erupções cutâneas tendem a aparecer ao mesmo tempo que os períodos de debilidade motora e outros sintomas. Podem aparecer sinais como:

  • Erupção cutânea de cor vermelho-escura na face (eritema heliotrópico).
  • Assim como um edema de cor vermelho-púrpura à volta dos olhos.
  • Uma erupção cutânea, escamosa, lisa ou em relevo, pode aparecer em qualquer parte do corpo (sendo, contudo, mais frequente nos nós dos dedos).
  • A base das unhas pode ficar avermelhada.
  • Quando as erupções cutâneas se desvanecem, pode-se manifestar uma pigmentação pardacenta, cicatrizes, ou manchas pálidas por despigmentação da pele. 

Tratamento de Polimiosite

O diagnóstico da polimiosite estabelece-se com base nos seguintes critérios:

  • Fraqueza muscular proximal (fraqueza muscular nos ombros e ancas).
  • Aumento de enzimas musculares.
  • Alterações miopáticas na eletroneuromiografia.
  • Evidência histológica de inflamação muscular.
  • Verificação de anomalias na atividade elétrica dos músculos.
  • Alterações nos valores de certas enzimas musculares no sangue.

A presença de lesões cutâneas caraterísticas permite o diagnóstico de dermatomiosite.

O uso de corticosteroides administrados por via oral (prednisolona), controlam a doença, uma vez que permitem restabelecer lentamente a força, aliviando a dor e o edema.

À medida que os valores no sangue das enzimas musculares voltam ao normal, a dose dos corticosteroides vai sendo reduzida.

A maioria dos adultos deve continuar com uma dose baixa de prednisolona durante muitos anos ou indefinidamente, de forma a evitar uma recidiva.

No caso das crianças, o tratamento pode ser interrompido um ano depois.

Artigo revisto e validado por José Ramos Osório, especialista em Medicina Geral e Familiar.

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