O que é o vírus ébola?

Saúde e Medicina
Última atualização: 10/08/2022
  • O vírus ébola é uma doença viral rara com uma elevada taxa de mortalidade que chegou aos 90% em alguns surtos.
  • O início de uma cadeia de transmissão começa com o contacto direto entre um animal infetado com o vírus ébola e um humano.
  • Os sintomas incluem febre, fraqueza, dor muscular, dores de cabeça e inflamação na garganta, vómitos, e em casos mais severos, hemorragias internas e externas.
  • O tratamento da doença consiste na hidratação e/ou realização de transfusão sanguínea, manutenção dos níveis de oxigénio e tratamento das infeções, sempre mantendo as regras de proteção.

Durante 2013 e 2014, um surto de ébola espalhou-se pela África Ocidental. O vírus acabou por chegar à Europa e à América do Norte. Mas, afinal, em que consiste este vírus? Saiba tudo neste artigo.

O que é o vírus ébola?

A doença por vírus ébola – geralmente chamada de ébola, e antigamente conhecida por febre hemorrágica de ébola – é uma doença rara e muitas vezes mortal causada por uma das estirpes de vírus de ébola. Um microrganismo patogénico do protótipo da febre hemorrágica viral, que apresenta elevadas taxas de mortalidade, tanto em humanos como em primatas.

O ébola é uma das doenças mais mortais que existem. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) em surtos anteriores as taxas de mortalidade variaram entre 25% e 90%. Surgiu, pela primeira vez, em 1976, na República Democrática do Congo, tendo-se difundido pelo continente Africano (uma das regiões mais afetadas situa-se próximo do Rio Ébola, que dá nome à doença).

Existem cinco estirpes do vírus ébola: Zaire, Bundibugyo, Sudan, Taï Forest, Reston e Bombali, sendo que a estirpe Reston não constitui ameaça para o Homem.

As infeções pelo vírus ébola levam à supressão da imunidade e a uma resposta inflamatória severa, que danifica o organismo em termos do seu sistema vascular e da capacidade de coagulação, tendo como resultado a hemorragia, a doença multiorgânica e o choque.

 

Forma de Transmissão

Pensa-se que os morcegos frutíferos da família Pteropodidae são os hospedeiros naturais do vírus ébola, que assim conseguem transmitir o vírus a todos os outros animais e humano. Após contacto entre um animal doente ou morto com um humano através de sangue, secreções e/ou outros fluídos corporais, o vírus é introduzido na população humana. Pessoas infetadas continuam a cadeia de transmissão, pois também constituem uma fonte de transmissão. A transmissão de humano para humano ocorre quando há contacto direto com sangue ou fluidos corporais de uma pessoa doente ou que morreu de ébola e, com objetos que foram contaminados por fluidos corporais de uma pessoa doente ou que morreu de ébola. Em algumas zonas de África, a infeção foi contraída através do contacto com chimpanzés, gorilas, morcegos frutívoros, macacos, antílopes selvagens e porcos-espinhos contaminados, encontrados mortos ou doentes na floresta tropical. Após a infeção, segue-se um período de incubação de 2 a 21 dias, até ao desenvolvimento de sintomas. Uma pessoa infetada com ébola é incapaz de transmitir a doença quando não manifesta quaisquer sintomas.
Em caso de tratamento de doentes com ébola, os profissionais de saúde têm necessariamente de utilizar luvas, máscaras, roupa descartável e óculos de proteção apropriados. No caso de não tiverem estes cuidados, poderão ser infetados, o que é um grande risco dada a alta mortalidade da doença.


Quais os sintomas do ébola?

O diagnóstico nem sempre é fácil de ser feito, dado não ter, de início, sintomas específicos. Contudo, os principais caracterizam-se por febre repentina, fraqueza, dor muscular, dores de cabeça e inflamação na garganta, seguida de vómitos, diarreia, prurido, deficiência nas funções hepáticas e renais, em alguns casos, hemorragias internas e externas. Alguns pacientes podem, ainda, apresentar erupções cutâneas, olhos avermelhados, soluços, dores no peito e dificuldade para respirar e engolir.


Como diagnosticar e tratar a doença?

Segundo as informações oficiais avançadas pelas autoridades de saúde, os primeiros sintomas do ébola são semelhantes aos da gripefebre, enxaquecas, dores musculares e de garganta são os primeiros sinais da doença. Para além do ébola ser clinicamente semelhante a outras doenças infeciosas, como a malária, febre tifoide e meningite. Além disso, devemos ter em conta que o vírus tem um período de incubação de 2 a 21 dias e só passado este tempo é que se manifestam os primeiros sintomas.
Em caso de suspeita de infeção deve contactar o serviço de saúde através do telefone (808 24 24 24) e seguir as instruções que lhe forem dadas. Posteriormente, é importante realizar os cinco testes laboratoriais (correspondentes ao número de estirpes existentes) que, pelo perigo que representam, devem ser efetuados com a máxima segurança.
Uma vez que os doentes infetados com o vírus morrem de desidratação ou de hemorragias, o tratamento consiste na hidratação e/ou realização de transfusão sanguínea, manutenção dos níveis de oxigénio e tratamento das infeções. Em 2020, foram aprovados dois anticorpos monoclonais e de uma vacina para o tratamento da estirpe Zaire do vírus ébola. A terapia de apoio aos doentes exige o cumprimento escrupuloso das regras de proteção – uso de luvas e de vestuário adequado por parte de quem se aproxima dos doentes – até à obtenção dos resultados laboratoriais que permitam a confirmação da suspeita.

O controlo da epidemia consiste, essencialmente, em respeitar medidas de higiene e boa nutrição. A criação de infraestruturas médicas, capazes de fornecer aos doentes os cuidados médicos de base constitui um suporte essencial no combate à epidemia.

O fim de um surto de ébola é declarado oficialmente 42 dias após o último caso registado, de acordo com as normas da OMS.


Cuidados a seguir

O surto do vírus tem especial incidência em alguns países africanos. Apesar de viagens a áreas afetadas não serem recomendadas, a Direção-Geral de Saúde aconselha a quem viajar para esses países a ter alguns cuidados:

  • Não contactar com doentes ou cadáveres infetados com ébola;
  • Evitar o consumo de carne de caça e contacto com animais selvagens, vivos ou mortos;
  • Lavar e descascar a fruta e vegetais antes do seu consumo e utilizar apenas água potável;
  • Lavar as mãos regularmente usando sabão ou antissépticos;
  • Garantir práticas sexuais seguras.

É também importante consultar as informações e recomendações das autoridades locais das áreas afetadas.

O ébola é um vírus mortífero, em surtos anteriores a letalidade variou entre os 25% e os 90%, de acordo com a OMS. No caso de ter visitado algum dos países com registo da doença e de sentir algum destes sintomas, deverá contactar imediatamente as autoridades de saúde através do telefone 808 24 24 24. Se estiver fora de Portugal deverá contatar o gabinete de emergência consular (telefone +351961706472 ou +351217929714 ou através do email gab.emergencia@mne.pt).

Este artigo foi útil?

Conselho cientifico

Conteúdo revisto

pelo Conselho Científico da AdvanceCare.

A presente informação não vincula a AdvanceCare a nenhum caso concreto e não dispensa a leitura dos contratos de seguros/planos de saúde nem a consulta de um médico e/ou especialista.

Downloads

Consulte os nossos guias para hábitos saudáveis:

Sympton Checker

Utilize a nossa ferramenta de diagnóstico de sintomas.

Programas AdvanceCare relacionados

Artigos relacionados