Distúrbios alimentares: Como identificar?

Saúde e Medicina
Última atualização: 19/01/2023
Distúrbios alimentares como identificar?

A anorexia e a bulimia são as formas mais comuns de distúrbios alimentares e podem ter consequências graves. É essencial saber identificar os primeiros sintomas e agir.

Os distúrbios alimentares são doenças do foro psicológico que conduzem a comportamentos alimentares radicais. Estes comportamentos podem traduzir-se tanto no consumo de quantidades bastante reduzidas e insuficientes para as necessidades do corpo humano (anorexia) como no consumo excessivo de alimentos (bulimia). A anorexia e a bulimia nervosas são os distúrbios alimentares com maior incidência na população. Qualquer um destes problemas tem um forte impacto na saúde, debilitando-a e podendo inclusive conduzir à morte. Atualmente, os distúrbios alimentares são considerados a doença psiquiátrica mais letal. Em 2018, estimou-se que 10-20% dos casos de distúrbios alimentares levou a morte. De acordo com estimativas do Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos (NIMH), 70 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de algum tipo de distúrbio alimentar e o índice de mortalidade daí decorrente vai dos 18% aos 20%.

A importância de estarmos atentos

 

Um dos principais problemas deste tipo de patologias é que o doente não admite e/ou reconhece que tem uma doença. Por isso, é essencial que amigos e familiares estejam atentos e sejam capazes de identificar os primeiros sinais. Os distúrbios alimentares afetam não só a saúde do doente, mas também a dinâmica social, familiar e profissional deste.

O que é a anorexia?

 

Um doente anorético submete-se voluntariamente a um jejum prolongado para perder peso. Cria mentalmente uma imagem completamente distorcida de si próprio, que o faz querer sempre perder mais peso, mesmo que pese menos do que o recomendado para a sua altura. Um doente anorético tem uma grande preocupação com a imagem e cultiva um ideal de beleza que se centra na magreza.

As causas da anorexia são desconhecidas, embora se pense que possa existir uma combinação de fatores biológicos, psicológicos e ambientais. Crê-se que a mutação de determinados genes pode tornar algumas pessoas mais suscetíveis à anorexia e que a serotonina, um dos químicos cerebrais envolvidos na depressão, pode ter um papel no desenvolvimento da doença. Outros fatores que aumentam o risco de desenvolver anorexia são: pertencer ao sexo feminino (a anorexia é mais frequente nas mulheres), a idade (adolescentes/jovens adultos), ter familiares em primeiro grau que tenham tido anorexia, estar numa fase de transição (mudança de escola, de casa), estudar/trabalhar num meio competitivo e/ou que os ideais de beleza, associados à magreza e boa forma física, estejam muito presentes, e desde 2020 o COVID-19 tornou-se um fator também.

Sinais de alerta da anorexia

  • Perda dramática de peso.
  • Recusa em comer.
  • Não admitir que se tem fome.
  • Preocupação constante com temas relacionados com o peso, comida e calorias.
  • Prática excessiva de exercício físico.
  • Sintomas de depressão.
  • Evitar o convívio com amigos habituais e atividades em grupo.

Consequências da anorexia

 

A anorexia provoca carências nutricionais que provocam secura da pele e enfraquecimento capilar. Outros sintomas incluem tonturas, anemia e alterações hormonais, como o cessamento da menstruação, nas mulheres e a impotência sexual, nos homens. Alguns doentes desenvolvem osteoporose, problemas de estômago, do fígado e dos rins. No limite, a anorexia pode conduzir à morte por infeções generalizadas.

Tratamento da anorexia

 

Envolve um plano multidisciplinar e abrangente que envolve acompanhamento médico, terapia psicossocial, aconselhamento nutricional e, em certos casos, a toma de medicação. A terapêutica tem como objetivo que o doente retome, de forma gradual e progressiva, comportamentos alimentares normais, recupere peso e que a sua autoestima aumente.

O que é a bulimia?

 

A bulimia caracteriza-se por episódios recorrentes de compulsão alimentar, seguidos de comportamentos compensatórios para impedir o aumento da massa corporal, tais como o vómito, uso de laxantes, diuréticos e outros medicamentos, jejuns prolongados e prática excessiva de exercício físico.

A causa exata da bulimia é desconhecida. No entanto, pensa-se que ter familiares em primeiro grau que tenham tido distúrbios alimentares, problemas psicológicos/emocionais, entre outros fatores, aumente o risco de se desenvolver esta doença. Tal como acontece em relação à anorexia, julga-se poder existir uma causa genética para a bulimia, assim como um possível envolvimento do químico cerebral serotonina. Ser do sexo feminino (onde a bulimia é mais frequente), estar na adolescência ou ser adulto jovem constituem outros fatores de risco, em que se incluem também a pressão social e entre atletas. Tal como a anorexia, o COVID-19 revelou ser um fator relevante para o desenvolvimento deste distúrbio.

Sinais de alerta da bulimia

 

  • Oscilações de peso.
  • Cáries dentárias.
  • Agressividade e/ou isolamento social.
  • Alteração do horário das refeições.
  • Idas frequentes à casa de banho durante ou após a refeição (para vomitar).
  • Cicatrizes e calos nas mãos (causados por se provocar o vómito).
  • Obsessão pelo exercício físico.

Consequências da bulimia

 

A bulimia pode causar anemia e distúrbios hormonais. É comum a distensão do estômago, lesões no esófago, irritação crónica na garganta e inchaço nas mãos e nos pés.

Tratamento da bulimia

 

Pode implicar a combinação de várias terapêuticas como, por exemplo, a psicoterapia associada à toma de fármacos antidepressivos. Geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar que abrange o doente e a família deste, o médico que o acompanha, assim como aconselhamento nutricional e psicológico.

Os distúrbios alimentares são doenças do âmbito do psicológico que alteram a perceção que a pessoa tem do seu corpo e imagem. A anorexia e a bulimia são as patologias mais comuns e têm consequências bastante graves. Estes doentes dificilmente admitem que têm um problema, por isso é importante que amigos e familiares estejam atentos a possíveis sintomas.

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