Transformação Digital na Saúde: como a IA pode ajudar na prevenção
- A Inteligência Artificial (IA) está a revolucionar o setor da saúde.
- Com recurso à IA, os cuidados de saúde tornam-se mais preventivos, eficientes e personalizados.
- Salienta-se que a decisão final é sempre da responsabilidade do profissional de saúde.

A IA já está a transformar os cuidados de saúde em Portugal.
O recurso à Inteligência Artificial (IA) tem vindo a expandir-se de forma acelerada, assumindo cada vez mais relevância na saúde, na educação, na indústria, nas empresas e no nosso quotidiano.
Na área da saúde, a IA pode processar grandes volumes de dados, identificar padrões e fazer previsões, proporcionando aos profissionais de saúde ferramentas para diagnósticos mais precisos e para o desenvolvimento de planos de tratamento personalizados.
Atualmente, a IA já desempenha um papel essencial no diagnóstico e nos cuidados clínicos, no desenvolvimento de medicamentos, na monitorização de doenças, na resposta a surtos e na gestão dos sistemas de saúde, promovendo melhorias significativas na qualidade dos serviços prestados.
Segundo o Fórum Económico Mundial, cerca de 4,5 mil milhões de pessoas não têm acesso a cuidados de saúde essenciais, e prevê-se uma escassez de 11 milhões de profissionais de saúde até 2030. Neste contexto, a IA tem o potencial de reduzir essa lacuna, transformando a forma como a assistência médica é prestada a nível global.
Contudo, é fundamental que a IA seja utilizada de forma segura e ética. Para tal, é necessário formar os profissionais de saúde, os investigadores e os técnicos especializados, garantindo que adquiram as competências essenciais para lidar com as novas tecnologias e interpretar corretamente os dados gerados.
Prevenção
Através de análise preditiva, a IA pode prever riscos potenciais, permitindo intervenções proativas e ajudando os profissionais de saúde a identificar precocemente condições de risco e doenças em estágios iniciais.
A IA pode analisar fatores de risco, como a genética, o estilo de vida e o histórico familiar, para identificar indivíduos propensos a desenvolver determinadas doenças antes mesmo de apresentarem sintomas. Esta abordagem preventiva permite que os profissionais de saúde adotem estratégias de intervenção eficazes antes que as condições se agravem.
Diagnóstico e tratamento de doenças
Um estudo da Harvard School of Public Health afirma que o uso de ferramentas baseadas em IA pode melhorar os resultados de saúde em até 40% e reduzir os custos associados aos tratamentos em até 50%.
Os algoritmos de inteligência artificial conseguem analisar com elevada precisão imagens médicas, como radiografias, tomografias e ressonâncias magnéticas, facilitando o diagnóstico precoce de doenças. Deste modo, a eficácia do tratamento é reforçada, as hipóteses de cura aumentam e a possibilidade de erros médicos diminui significativamente.
Cuidados personalizados
A IA tem a capacidade de personalizar tratamentos e terapias, ajustando-os às necessidades específicas de cada paciente. Através da análise detalhada do perfil de saúde, do histórico médico e do estilo de vida, a IA permite criar abordagens terapêuticas mais precisas e eficazes, tendo em conta os fatores únicos de cada pessoa.
Redução de erros humanos
Os algoritmos de IA podem rever e validar as decisões humanas, minimizando erros de diagnóstico, tratamento e administração.
Ao automatizar processos repetitivos e complexos, a IA ajuda a reduzir a fadiga e a sobrecarga dos profissionais de saúde, melhorando a precisão e a eficiência das decisões clínicas.
Monitorização remota
Dispositivos e sensores com IA podem monitorizar continuamente os sinais vitais dos doentes, recolhendo dados em tempo real e analisando-os para identificar alterações significativas.
Estes sistemas inteligentes alertam automaticamente os profissionais de saúde sobre qualquer anomalia preocupante, permitindo uma resposta imediata e a implementação de medidas antes que surjam complicações.
Ao proporcionar um acompanhamento contínuo e preciso, os dispositivos com IA contribuem para a detecção precoce de condições de risco, melhorando a gestão da saúde dos pacientes e reduzindo a necessidade de internamentos ou tratamentos intensivos. Esta tecnologia é especialmente útil para doentes crónicos, idosos e pacientes em recuperação, garantindo um cuidado mais eficiente e personalizado, mesmo à distância.
Desenvolvimento de medicamentos
A capacidade da IA de analisar elevados volumes de dados pode acelerar significativamente o processo de descoberta e desenvolvimento de medicamentos, reduzindo o tempo e os custos associados à sua criação e otimização.
O uso das tecnologias de IA permite o desenvolvimento de medicamentos mais seguros, eficazes e com menos efeitos secundários.
Gestão de dados e eficiência hospitalar
Alguns hospitais já utilizam a IA nos registos de saúde para identificar pacientes com maior risco de complicações pós-cirúrgicas. Através da análise dos dados clínicos e do histórico médico, a IA consegue prever possíveis complicações e apoiar a tomada de medidas preventivas, melhorando a segurança e os resultados dos tratamentos.
A implementação da IA na saúde visa promover o bem-estar, melhorar a qualidade dos cuidados médicos e garantir o acesso à saúde, contribuindo para a redução das desigualdades.
No entanto, a adoção da IA não deve concentrar-se apenas no desenvolvimento tecnológico, mas também na construção de confiança entre os profissionais de saúde, os pacientes e a sociedade. É essencial que todos compreendam os benefícios e as limitações da IA.
É igualmente importante capacitar os profissionais de saúde para a integração da IA na prática clínica. Embora a IA ofereça enorme possibilidade de progresso, a responsabilidade final das decisões continua a ser do profissional de saúde, garantindo a segurança e a ética no atendimento.

Conteúdo revisto
pelo Conselho Científico da AdvanceCare.
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