Visão e diabetes – qual a relação?

Quotidiano
Saúde e Medicina
Última atualização: 07/09/2022
  • A retinopatia diabética é uma complicação da diabetes, causada por níveis elevados de açúcar no sangue, que conduzem à destruição dos vasos sanguíneos da retina.
  • Pode causar cegueira se não for diagnosticada e tratada atempadamente.
  • De forma a minimizar o risco, os diabéticos devem garantir o controlo dos seus níveis de açúcar no sangue, pressão arterial e colesterol e realizar consultas de rastreio oftalmológicas regulares.
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A diabetes pode danificar os vasos sanguíneos da retina e conduzir à perda de visão. A boa notícia é que, através do controlo da diabetes e a realização de exames oftalmológicos regulares pode ajudar a prevenir problemas de visão e impedir que estes se agravem.

Como é que a diabetes afeta a visão?

A diabetes ocorre quando o corpo não produz ou não responde à insulina, a hormona responsável por conduzir a glicose às células do corpo, onde é depois convertida em energia. O excesso de glicose na corrente sanguínea pode gerar danos nos vasos sanguíneos, nomeadamente aqueles na retina.

A retina é a parte do olho que recebe a luz, convertendo-a em sinais elétricos que são enviados para o cérebro e depois transformados nas imagens que visualizamos. A retina necessita de um abastecimento constante de sangue, que recebe através de uma rede de pequenos vasos sanguíneos. Quando estes vasos sanguíneos são danificados, isto pode conduzir a perdas de visão e cegueira.

Como evolui a retinopatia diabética?

A retinopatia diabética desenvolve-se de formas diferentes de pessoa para pessoa e podemos considerar geralmente a existência de três tipologias:

  • Retinopatia não proliferativa – Caracteriza-se por pequenas dilatações dos vasos sanguíneos e hemorragias da retina ocasionais. Devido à irrigação insuficiente da retina, pode ocorrer visão turva.
  • Retinopatia pré-proliferativa - Alterações mais graves e generalizadas que afetam os vasos sanguíneos, incluindo hemorragias mais significativas.
  • Retinopatia proliferativa – Caracteriza-se pela existência de tecido cicatricial e novos vasos sanguíneos, que são frágeis e sangram facilmente, descolamento da retina e problemas na mácula. Os sintomas incluem perda de visão central e periférica.

A maculopatia diabética é um tipo diferente de retinopatia que afeta os vasos sanguíneos na parte do olho chamada mácula, uma pequena área da retina, que é responsável por ver detalhes finos e pela visão central, que são por isso as mais afetadas.

Quem está em risco de desenvolver retinopatia diabética?

Qualquer pessoa com diabetes tipo 1 ou diabetes tipo 2 está potencialmente em risco de desenvolver retinopatia diabética. Esse risco aumenta se:

  • Se for um doente de longa duração.
  • Se tiver níveis elevados de açúcar no sangue de forma persistente.
  • Se tiver tensão arterial elevada.
  • Se tiver valores elevados de colesterol.
  • Se estiver grávida.

Quais são os sintomas da retinopatia diabética

A retinopatia diabética passa frequentemente despercebida nas fases iniciais da doença, já que não tende a ter sintomas óbvios até que alcance fases mais avançadas. Porém, os primeiros sinais da doença podem ser detetados através de exames oftalmológico e daí a importância da realização de rastreios frequentes.

Existem, no entanto, alguns sintomas aos quais deve estar atento, especialmente se vive com a diabetes, procurando de imediato o apoio do seu médico:

  • Deterioração gradual da visão ou perda súbita de visão.
  • Pontos flutuantes no campo de visão.
  • Visão turva.
  • Flashes.
  • Dor nos olhos ou vermelhidão.

Estes sintomas não são, necessariamente, um sinal que se tem retinopatia diabética, mas é importante controlá-los, por isso, seja proativo na manutenção da sua saúde e não espere até à realização do próximo rastreio!

Como posso prevenir o desenvolvimento da doença?

A melhor forma de prevenir problemas oculares relacionados com a diabetes passa por fazer uma gestão cuidada dos valores de açúcar no sangue, pressão arterial e colesterol, prevenindo assim a destruição dos vasos sanguíneos que alimentam a retina. Deixamos-lhe algumas dicas sobre ações do dia-a-dia que todos os diabéticos devem tomar de forma a prevenir o desenvolvimento da doença ou identificá-la em fases precoces:.

Existem, no entanto, alguns sintomas aos quais deve estar atento, especialmente se vive com a diabetes, procurando de imediato o apoio do seu médico:

  • Como mencionado, deve estar atento aos níveis de açúcar no sangue, pressão arterial e colesterol.
  • Tomar a medicação para a diabetes como indicado pelo seu médico.
  • Realizar rastreios oftalmológicos frequentes.
  • Procurar apoio médico rapidamente se detetar algum dos sintomas apontados acima.

Uma alimentação saudável e prática regular de exercício físico, combinadas com outros cuidados como o consumo moderado de álcool e rejeição do tabaco contribuem para uma gestão positiva da diabetes e, consequentemente, para a prevenção de doenças oculares associadas à doença.

Rastreio da retinopatia diabética

O rastreio da retinopatia diabética dirigido às pessoas com o diagnóstico de diabetes pode ser realizado nas unidades de cuidados de saúde primários – centros de saúde e unidades de saúde familiar - com periodicidade anual. As exceções são as pessoas com diabetes tipo 1, em que o primeiro rastreio é feito 5 anos após o diagnóstico de diabetes, e mulheres com diabetes que estejam grávidas ou que desejam engravidar, devendo ser orientadas para consulta de oftalmologia.

Os exames compreendem a realização de duas retinografias por olho - uma centrada na mácula e outra na papila – permitindo a definição do estadiamento e a referenciação dos doentes de acordo com as características identificadas. O encaminhamento e tempo de intervenção pode oscilar entre um ano e menos de 15 dias, dependendo da gravidade.

A retinopatia diabética não tem cura, mas se for tratada de forma adequada é possível reduzir a perda de visão. Nos casos mais graves, o doente deve iniciar tratamentos laser, medicação intraocular ou cirurgia.

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