As aftas são pequenas úlceras de cor esbranquiçada que surgem na mucosa bucal, afetando o interior da boca, lábios, língua ou até garganta. São dolorosas, incómodas e podem surgir em pequenos grupos de duas ou três em simultâneo. É um problema muito comum, sobretudo nas faixas etárias mais jovens, desde a adolescência até aos 40 anos.
Causas das Aftas
A etiologia deste problema é ainda desconhecida. Por vezes, deve-se a uma lesão no lábio ou interior da boca, devido a uma mordidela involuntária ou relevo de um dente. Estima-se que possa existir uma predisposição genética para reagir a determinados estímulos e sabe-se que muitos casos de aftas recorrentes se verificam na mesma família. Os principais fatores que podem desencadear as aftas são:
Alimentação – a ingestão de alimentos ácidos (morangos, tomate), frutos secos (nozes, amêndoas), azeitonas, amendoins, café. Pode também refletir deficiências nutricionais, nomeadamente de vitamina B12 e ferro.
Stress – situações de ansiedade e stress, por exemplo um exame escolar.
Alterações hormonais – Em certas mulheres é comum durante a menstruação.
Aditivos – estima-se que alguns componentes dos dentífricos possam desencadear ou agravar as aftas em pessoas sensíveis.
Tabaco – podem surgir aftas quando a pessoa deixa de fumar, devido a alterações químicas na boca.
Patologias – podem estar associadas a outros problemas de saúde: infeção por vírus herpes simplex, doença celíaca ou doença de Crohn e diminuição da atividade do sistema imunitário que ocorre em casos de SIDA/ VIH (Vírus Imunodeficiência Humana) e pode ocorrer associado ao Lúpus.
Tratamentos – Alguns medicamentos, como os anti-inflamatórios, corticoesteroides e imunossupressores, esquemas de quimioterapia ou radioterapia, podem favorecer o aparecimento de aftas.
Sintomas das Aftas
O primeiro sintoma de aftas é a dor intensa e incómodo ao toque na zona afetada pela úlcera. Podem ainda surgir outros sintomas:
- Febre.
- Inflamação dos gânglios situados na zona do pescoço.
- Mal-estar geral.
Embora seja um problema comum e sem consequências sérias, uma afta pode ocultar situações mais graves. Consulte um médico nas seguintes situações:
- Aparecimento de muitas aftas em simultâneo. Pode ser um indício de estomatite aftosa, uma patologia que requer tratamento.
- Uma afta que, passado uma ou duas semanas, não desaparece e continua a doer.
- Crises de aftas recorrentes pode ser um sinal de doenças sistémicas, como Doença de Bechet.
- Presença de outros sintomas como dores nas articulações, febre alta, úlceras noutras zonas do corpo (pele, zona genital), dor abdominal, diarreia e perda de peso.
Tratamento das Aftas
A afta normal tem a sua evolução até duas semanas, altura em que geralmente desaparece de forma natural sem deixar qualquer lesão. O objetivo do tratamento é o alívio dos sintomas durante esse período. A oferta de produtos de efeito analgésico e antimicrobiano é vasta. Qualquer das opções – elixir, gel, spray ou creme – pode trazer alívio, embora não represente uma solução definitiva para o problema.
Minimizar a agressão na boca – evitar alimentos difíceis de mastigar, ácidos, reduzir o stress e cuidar da higiene dentária com uma escova suave – são outros cuidados a seguir.
Artigo revisto e validado pela médica Lídia Roque Ramos;
Serviço de gastroenterologia do Hospital Garcia da Orta.

Conteúdo revisto
pelo Conselho Científico da AdvanceCare.
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