É uma síndrome que se caracteriza pela incapacidade de partes do pulmão se expandirem (encherem de ar) completamente, levando à diminuição do ar que entra nos alvéolos, pequenas unidades do pulmão onde ocorrem as trocas gasosas de oxigénio e dióxido de carbono.

Esta síndrome ocorre habitualmente por existir uma obstrução (bloqueio à passagem do ar) em qualquer nível da árvore respiratória, desde a traqueia e brônquios principais até aos bronquíolos (ramificações mais pequenas) e alvéolos.

Raio-X de paciente com atelectasia na parte do lóbulo superior do pulmão.

O tratamento da atelectasia depende da origem e da extensão da zona afetada.

Causas de Atelectasia

  • Acumulação de muco nas vias respiratórias que se transforma num “rolhão” mucoso que bloqueia a passagem do ar através dos brônquios ou dos bronquíolos. Por sua vez esta acumulação de muco é consequência de doenças respiratórias como a asma, a bronquite crónica, a fibrose cística, pneumonia, tuberculose, entre outras.
  • Inalação de objetos estranhos. Acontece com frequência em crianças com idade inferior a três anos.
  • Tumor no pulmão.
  • Ter sido submetido a anestesia geral recente.
  • Complicações pós-cirúrgicas, em especial no caso de intervenções no tórax ou no abdómen superior.
  • Cicatrizes ou doenças infiltrativas do pulmão.
  • Derrame pleural ou um pneumotórax.
  • Compressão pulmonar por parte de tumores ou coleções vizinhas ao pulmão.
  • Défice de surfactante, um líquido essencial que mantém os alvéolos abertos e arejados, e ocorre na Síndrome de Dificuldade Respiratória Aguda. 

Sintomas de Atelectasia

Em situações em que a atelectasia se vai desenvolvendo gradualmente, os seus sintomas podem não ser óbvios e surgirem de forma progressiva ou confundir-se com a doença que origina a atelectasia, por exemplo, bronquite crónica. Acontece frequentemente, o diagnóstico ser apenas feito quando o doente já se encontra em ambiente hospitalar.

As manifestações mais comuns desta condição são:

  • Dificuldade em respirar.
  • Respiração rápida e superficial.
  • Dor torácica.
  • Tosse.
  • Febre.

Os casos de atelectasia mais avançados podem gerar infeções pulmonares, insuficiência respiratória, dilatação brônquica e fibrose pulmonar.

A suspeita de diagnóstico é colocada com base nos sintomas e confirmada por radiografia de tórax e/ou tomografia computorizada (TC) do tórax.

Tratamento de Atelectasia

O tratamento da atelectasia depende da origem e da extensão da zona afetada. Quando a área afetada é de pequenas dimensões e assintomática ou pouco sintomática o organismo pode ter capacidade de autorrecuperação sem ser necessário recorrer a um tratamento específico. Quando necessário existem algumas opções terapêuticas, selecionadas de acordo com a gravidade:

  • Em situações em que a criança possa ter engolido um objeto estranho, o objetivo do tratamento é remover o corpo estranho, sendo a broncoscopia a técnica habitualmente utilizada, que também está indicada para remover um “rolhão” mucoso obstrutivo.
  • Para desobstruir os brônquios, o médico pode recomendar o uso de broncodilatadores (provocam dilatação e consequente abertura das vias aéreas) ou administrar mucolíticos para reduzir e liquidificar o muco.
  • A fisioterapia pulmonar pode ser necessária para ajudar a mover as secreções e reforçar os músculos respiratórios.
  • Em casos de tumor, poderá ser necessário cirurgia, quimioterapia e/ou radioterapia.

Artigo revisto e validado pela médica Lídia Roque Ramos (Serviço de Gastrenterologia do Hospital Garcia da Orta).

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