Lesão do músculo cardíaco provocada pela interrupção do fluxo sanguíneo por um coágulo nas artérias coronárias (que irrigam o coração) e seus ramos. É igualmente designado por ataque cardíaco ou enfarte agudo do miocárdio (músculo cardíaco). A ausência de irrigação durante alguns minutos provoca a destruição dos tecidos, ou seja, a morte do músculo cardíaco por falta de oxigénio. É uma patologia que afeta mais frequentemente homens de meia-idade, embora o sexo feminino também se encontre em risco, sobretudo após a menopausa, quando é perdida a ação protetora dos estrogénios com a redução dos níveis de hormonas femininas.
Causas do Enfarte
A aterosclerose que origina estenose das artérias pela formação e rotura de placas de ateroma vasculares é a doença cardiovascular mais frequente nos países desenvolvidos e em vias de desenvolvimento e a principal causa de enfarte. A razão mais comum para a ocorrência de um enfarte do miocárdio são os coágulos que podem obstruir as artérias, impedindo a irrigação do músculo cardíaco e, em certo casos, desencadear espasmo das coronárias ou batimentos cardíacos anormais e potencialmente fatais (arritmias cardíacas graves).
Embora a maioria dos enfartes se deva à aterosclerose, existem outros casos mais raros provocados por:
- Anomalias congénitas das artérias coronárias.
- Problemas de coagulação.
- Consumo de drogas, como a cocaína.
Sintomas e Sinais do Enfarte
O principal sinal de alarme de um enfarte é a dor intensa no peito, que pode estender-se ao braço (esquerdo), costas, maxilar ou pescoço.
Os sintomas são semelhantes aos da angina de peito, embora se manifestem com maior intensidade e sem alívio.
- Dor, sensação de aperto, peso ou esmagamento no peito. A dor tem início no centro do tórax e tende a irradiar para as costas, braço esquerdo, maxilar ou pescoço.
- Respiração e ritmo cardíaco irregular e rápido.
- Tonturas.
- Fraqueza.
- Náuseas e vómitos.
- Sudação e sensação de pânico.
- Sensação de batimentos cardíacos fortes e rápidos.
Uma vez que o enfarte está associado à doença coronária, é aconselhável minimizar os fatores de risco desta patologia que são:
- Aumento do colesterol no sangue.
- Tensão arterial elevada.
- Hiperuricemia.
- Diabetes.
- Stress e ansiedade.
- Obesidade.
- Sedentarismo.
- Tabagismo.
Tratamento do Enfarte
O enfarte do miocárdio é uma emergência e o doente deve ser avaliado imediatamente por um médico. O diagnóstico é feito com base nos sintomas (tipo e intensidade) para despistar a existência de outras patologias, antecedentes clínicos do paciente (presença de doenças cardiovasculares ou fatores de risco) e na realização de exames como: eletrocardiograma, ecocardiograma, medição de enzimas no sangue (troponina e creatina cinase), radiografia ao tórax, cateterismo, entre outros.
O tratamento depende da apresentação do enfarte (dor isolada, insuficiência cardíaca com cansaço, falta de ar e edemas dos membros inferiores, arritmias) localização e gravidade da lesão das artérias coronárias e existência de complicações como arritmias. O tratamento tem por objectivo desobstruir a artéria ou artérias envolvidas e inclui:
- Tratamento farmacológico: analgésicos, betabloqueantes , vasodilatadores (por exemplo nitratos).
- Cateterismo e angioplastia que consiste na abertura do vaso obstruído com um balão habitualmente seguido de colocação de uma estrutura metálica (stent) que mantém o vaso desobstruído.
- E em alguns casos pode ser necessária cirurgia de bypass cardíaco.
Após a resolução do episódio agudo o doente e o seu médico devem ter por objetivo corrigir todos os fatores de risco modificáveis: cessação tabágica, controlo da diabetes, normalização da tensão arterial e dos níveis de colesterol, entre outros.
Artigo revisto e validado pela médica Lídia Roque Ramos (serviço de gastrenterologia do Hospital Garcia da Orta).

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pelo Conselho Científico da AdvanceCare.
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