A leishmaniose é uma doença infeciosa parasitária, provocada pelo protozoário leishmania infantum e outros parasitas do grupo Leishmania, e transmitida através de um inseto, o flebótomo.

Ao picar um animal hospedeiro, o inseto recebe os parasitas que serão, por sua vez, transmitidos quando este picar outro animal ou o ser humano. Pode afetar outros animais como os roedores, raposas, lobos e gatos, mas, no caso da doença humana, o cão é considerado o reservatório natural da mesma.

A patologia divide-se em três tipos, segundo a sua expressão no organismo:

  • Cutânea – a mais comum a nível mundial e caracteriza-se pelo aparecimento de lesões na pele, do tipo úlcera.
  • Mucocutânea (LMC) – origina lesões que danificam a membrana mucosa do nariz, boca e garganta e é provocada por um tipo específico de parasita, mais comum na América Latina.
  • Leishmaniose Visceral (LV) – afeta os órgãos, nomeadamente o baço, fígado e a medula óssea. É mais frequente na zona do Mediterrâneo e atinge principalmente crianças até aos quatro anos de idade. Pode também ser designada por “Kala Azar”, nome de origem hindi que significa “febre negra”.
Leishmaniose Protozoário parasita da Leishmaniose (a cinzento) em interação com o sistema imunitário.

É uma doença zoonótica, ou seja, é transmitida ao ser humano através de animais e tem como principal hospedeiro o cão.

Causas da Leishmaniose

A doença é transmitida por um inseto – flebótomo – de dimensão mais reduzida do que um mosquito, que não faz ruído e cujas picadas podem ser indolores. Apenas as fêmeas infetadas transmitem a doença. Após a picada, a infeção pode demorar a manifestar-se. A nível cutâneo, pode revelar-se semanas ou meses mais tarde, e a nível visceral após alguns meses ou até anos.

Na grande maioria dos casos, o organismo de uma pessoa saudável consegue dar resposta e impedir a expressão da doença. Existe, contudo, um grupo no qual esta patologia é mais grave: pessoas com sistema imunitário debilitado, nomeadamente portadores de VIH. Estima-se que na zona sul da Europa este seja o principal grupo de risco.

Investigadores suspeitam que o hábito de a existência de gatos ou cães dentro de casa pode favorecer o contágio aos humanos.

Sintomas da Leishmaniose

Esta patologia pode ser assintomática. Nos casos em que se manifesta os sintomas são:

Leishmaniose cutânea

  • Lesões na pele sob a forma de pápulas, nódulos ou úlceras nos casos mais avançados.
  • Aumento do volume dos gânglios linfáticos perto das zonas afetadas, por exemplo nas axilas.

Leishmaniose visceral

  • Febre.
  • Perda de peso.
  • Aumento de volume do fígado e baço.
  • Hemograma alterado: anemia (diminuição do número de glóbulos vermelhos), leucopenia (diminuição do número de glóbulos brancos no sangue) e trombocitopenia (redução do número de plaquetas no sangue).

Tratamento da Leishmaniose

O diagnóstico desta patologia é feito com base na observação clínica e na realização de testes parasitológicos e serológicos e de imagem. O tratamento depende de vários elementos, como o tipo de doença e de parasita que está na sua origem, bem como da localização geográfica.

A abordagem terapêutica pode incluir fármacos como antimoniais pentavalentes (por via intravenosa ou intramuscular), entre outros. Perante um diagnóstico de Leishmaniose visceral, visto ser potencialmente fatal, é necessário proceder ao tratamento. No caso de leishmaniose cutânea, as lesões na pele podem desaparecer naturalmente, mas deixando cicatrizes. 

Artigo revisto e validado pelo especialista em Medicina Geral e Familiar José Ramos Osório.

Este artigo foi útil?

Conselho cientifico

Conteúdo revisto

pelo Conselho Científico da AdvanceCare.

A presente informação não vincula a AdvanceCare a nenhum caso concreto e não dispensa a leitura dos contratos de seguros/planos de saúde nem a consulta de um médico e/ou especialista.

Downloads

Consulte os nossos guias para hábitos saudáveis:

Sympton Checker

Utilize a nossa ferramenta de diagnóstico de sintomas.

Programas AdvanceCare relacionados

Artigos relacionados