A Linfangite é a inflamação de um ou mais vasos linfáticos (pequenos canais que transportam a linfa e os tecidos até aos gânglios linfáticos e que se encontram em todo o organismo), normalmente consequente da infeção por estreptococos.
A localização mais frequente da patologia é nos membros superiores, membros inferiores e tronco.
O processo inflamatório ou infeccioso do sistema linfático origina complicações, sobretudo pelas sequelas decorrentes das alterações da linfodinâmica. A acumulação de linfa na região extravascular causa aumento da permeabilidade dos capilares sanguíneos e estagnação das proteínas, o que torna crónico o processo inflamatório.
Os episódios de fibroesclerose e trombose intravascular retardam o transporte da linfa.
A complicação mais frequente e temida dos processos linfangíticos agudos é o desenvolvimento do linfedema, muitas vezes decorrente da linfangite de repetição.
Causas de Linfangite
A linfangite é normalmente de origem estreptococica. Os estreptococos são bactérias que penetram no organismo através pequenos ferimentos, escoriações ou micoses interdigitais.
Sintomas de Linfangite
A infeção causa sintomas gerais como:
- Febre
- Calafrios
- Mal-estar
- Cefaleias
- Náuseas
- Vómitos
- Edema
- Dor e vermelhidão
(Estes sintomas podem aparecer antes do aparecimento dos sintomas na pele)
As alterações da pele podem oscilar entre a vermelhidão e a formação de bolhas e a ulcerações com necrose em algumas áreas da pele.
As erupções purulentas podem constituir:
a) Frúnculos.
b) Abcessos.
c) Antraz (forma-se quando há um conjunto de furúnculos). Decorre em geral das linfangites menos comuns, localizados na face, ou coxas.
d) Fleimão (ocorre quando a infeção caminha sob tecidos sub dérmicos, em grande extensão).
- Ínguas na virilha – são devidas ao aumento dos gânglios linfáticos na região inguinal.
- Por baixo da pele da zona afetada surgem cordões palpáveis e vermelhos, irregulares, quentes e dolorosos. Estendem-se habitualmente desde a zona infetada até um grupo de gânglios linfáticos, como os da virilha ou da axila.
- Podem formar-se úlceras na pele que cobre os vasos linfáticos infetados.
As complicações da linfangite conteplam:
- Desidratação.
- Septicemia (a disseminação da infeção desde o sistema linfático até à corrente sanguínea pode provocar uma infeção em todo o organismo, de forma bastante rápida). Cada episódio infeccioso promove maior resistência do paciente à antibioterapia.
- Insuficiência renal aguda que decorre da absorção das toxinas ao nível dos glomérulos renais.
- Úlcera de Cushing, decorrente da agressão da mucosa gastroduodenal nos casos de grande stress, nos traumas e nas septicemias.
Diagnóstico e Tratamento de Linfangite
A análise ao sangue pode mostrar o aumento do número de glóbulos brancos, o que indica a presença de um quadro infeccioso.
Na maioria dos casos, a linfangite cura-se rapidamente com antibióticos como a dicloxacilina, a amoxicilina.
O tratamento passa ainda por:
- Repouso com as pernas elevadas.
- Limpeza da área afetada.
- Tratamento das lesões que serviram de porta de entrada à infeção (como por exemplo, micoses).
As complicações da linfangite sãos as lesões necróticas e isquémicas. A linfangite necrotizante caracteriza-se por apresentar extensas áreas de gangrena e sinais de toxémia. Este tipo de complicações advém sobretudo de infeções mistas (onde estão presentes vários microorganismos).
Apesar de poderem complicar-se desde o primeiro episódio, as linfangites tendem a agravar-se pela sua repetição. O diagnóstico e acompanhamento precoces são vitais.
Artigo revisto e validado pelo especialista em Medicina Geral e Familiar José Ramos Osório

Conteúdo revisto
pelo Conselho Científico da AdvanceCare.
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