O linfoma é uma doença que afeta os linfócitos. Assemelha-se a um cancro na medida em que a regulação dos linfócitos afetados sofre alterações. Por exemplo, os linfócitos afetados podem dividir-se de forma anómala e demasiado rápida e/ou podem não morrer quando deviam. Trata-se de uma doença sistémica, ou seja, pode manifestar-se em qualquer parte do corpo. Os linfócitos anómalos podem acumular-se em vários pontos do organismo como o baço, o fígado ou a medula óssea, mas regra geral concentram-se nos gânglios linfáticos, aumentando o seu volume.

Existem dois tipos de linfoma:

Linfoma Não Hodgkin (LNH) – é o tipo mais frequente, representando cerca de 90% dos casos. Este linfoma subdivide-se em muitos outros tipos (cerca de 60) que podem ser categorizados por: tipo de células envolvido – linfócitos T ou B; aparência das células ao microscópio, ritmo em que evolui e os estadios que refletem a sua gravidade.
Linfoma de Hodgkin – é mais raro, contabilizando somente 10% dos casos de linfoma. Caracteriza-se por conter linfócitos T anómalos, designados por células Reed-Sternberg e ter uma aparência específica ao microscópio que permite identificá-lo.

Linfoma Linfoma num rim.

Esta doença afeta o sistema linfático, um dos mecanismos de defesa do nosso sistema imunitário.

Causas de Linfoma

A origem desta patologia permanece desconhecida, mas foram já identificados fatores de risco associados aos dois tipos principais de linfoma:

Fatores de risco do LNH:

  • Idade igual ou superior a 65 anos (60% dos casos surgem a partir desta idade).
  • Sexo masculino (é uma patologia mais comum nos homens).
  • Sistema imunitário fragilizado devido a patologias (VIH, doenças autoimunes) ou medicação (imunossupressores).
  • Infeções por vírus ou bactérias. Vírus como o da hepatite C ou B podem aumentar o risco de LNH.
  • Doença celíaca.
  • Cancro ou tratamentos oncológicos prévios.
  • História familiar.

Fatores de risco do Linfoma de Hodgkin:

  • Idade. O linfoma de Hodgkin ocorre mais frequentemente na faixa etária dos 20 aos 35 e após os 70.
  • Afeta mais homens do que mulheres.
  • Antecedentes familiares.
  • LNH prévio.
  • Sistema imunitário debilitado devido a patologias ou medicação.
  • Infeção por vírus de Epstein-Barr, responsável pela mononucleose infeciosa. Pessoas que tenham sido infetadas por este vírus têm um risco acrescido.

Para além destes fatores de risco comprovados, existem outros que podem ter influência como a obesidade ou o tabagismo e alcoolismo.

Sintomas de Linfoma

O principal sinal de alarme desta patologia é o aumento dos gânglios linfáticos e a persistência deste sintoma que, ao contrário do que acontece em casos de infeção, não regride em tamanho. O aumento dos gânglios linfáticos verifica-se, em regra, na região cervical, axilar ou inguinal. Outros sintomas podem surgir:

  • Febre recorrente e sem motivo aparente.
  • Suores noturnos intensos.
  • Prurido.
  • Dor abdominal ou vómitos (agravada após consumo de bebidas alcoólicas).
  • Tosse ou falta de ar.
  • Perda súbita de peso sem razão aparente.
  • Astenia.

Tratamento de Linfoma

O diagnóstico desta patologia é feito através da observação clínica e avaliação do tipo e intensidade dos sintomas, associado ao historial do doente. Nestes casos é também importante incluir análises ao sangue, exames imagiológicos (raio-X, tomografia computorizada, ressonância magnética) e uma biópsia ao nódulo linfático aumentado.

Uma vez identificado o tipo de linfoma, define-se a abordagem terapêutica que pode incluir: quimioterapia, radioterapia ou uma combinação destes tratamentos (no caso de Linfoma de Hodgkin); quimioterapia ou imunoterapia, e radioterapia (no caso de LNH). Em ambas as patologias pode recorrer-se ainda a transplante de células estaminais ou de medula.

Artigo revisto e validado pelo especialista em Medicina Geral e Familiar José Ramos Osório.

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