Poliomielite

Infeção viral que afeta o sistema nervoso, que pode ter consequências graves, provocando a paralisia muscular e, em certos casos, a morte (caso afete o aparelho respiratório). Uma das consequências graves desta doença é a atrofia dos músculos e a paralisia de um dos membros inferiores. É uma doença considerada erradicada em Portugal, bem como no resto da Europa, desde 2000, mas está ainda presente em países do Médio Oriente, África e Ásia, onde o risco de contágio é elevado.

Esta patologia pode dividir-se em vários tipos:

  • Poliomielite assintomática – não há manifestação de sintomas e o vírus não atinge o sistema nervoso. É o tipo mais frequente.
  • Poliomielite não paralítica – afeta o sistema nervoso, mas os sintomas são ligeiros e sem consequências para o organismo. Desaparece após três dias, aproximadamente.
  • Poliomielite paralítica – é a forma mais grave e rara. A infeção atinge o sistema nervoso e pode afetar o cérebro (poliomielite bulbar) a medula (poliomielite espinal) ou ambos (poliomielite bulboespinal). Têm consequências mais graves: paralisia, sequelas a nível dos membros inferiores (rigidez, atrofia) ou a morte (paralisia dos músculos respiratórios). A infeção pode desaparecer, mas deixa paralisados os grupos musculares afetados pelo vírus.

Existe ainda uma situação – denominada Síndrome d Pós-poliomielite – que pode afetar a pessoa durante anos após a doença e se caracteriza pela atrofia e dor muscular, nas zonas previamente afetadas.

 

Causas de Poliomielite

Poliomielite

Poliovírus na corrente sanguínea – representação gráfica da infeção por poliomielite

A poliomielite é provocada por um poliovírus, da família dos enterovírus, com três serotipos. A transmissão do vírus é feita através do consumo de água ou alimentos contaminados por fezes, pelo que está associada a países em que as condições sanitárias são deficientes. É uma doença muito contagiosa, uma vez que pode ser transmitida pelo contacto com a pessoa infetada através da fezes ou saliva se, por exemplo, não lavar as mãos após defecar ou pela partilha de utensílios (talheres, copos). O período de contágio dura várias semanas, mesmo que a pessoa infetada não apresente sintomas da doença.

 
 

No que respeita ao contágio, os principais fatores de risco são:

  • viagem ou contacto com países/pessoas afetados pela doença
  • sistema imunitário fragilizado ( devido ao VIH, stress, desgaste físico)

 

Sintomas de Poliomielite

A maioria dos casos de poliomielite é assintomática e desaparece sem que a pessoa se aperceba de que esteve infetada. Nos restantes casos a sintomatologia pode variar, consoante o tipo:

  • Poliomielite não paralítica
    • Febre
    • Mal-estar
    • Dores musculares moderadas
    • Náuseas e vómitos
    • Dor de garganta
    • Dor de cabeça
    • Fadiga
    • Dor ou rigidez no pescoço, costas ou membros
    • Fraqueza muscular
    • Dor abdominal

     

  • Poliomielite paralítica
    • Febre e outros sintomas gerais da forma não paralítica da doença
    • Dor muscular intensa
    • Dificuldade em falar e deglutir
    • Perda de reflexos
    • Flacidez e fraqueza nos membros, regra geral num dos lados do corpo

     

  • Síndrome Pós Poliomielite
    • Dor e fraqueza crescente a nível muscular e articular
    • Fadiga mesmo após pouco esforço
    • Atrofia muscular
    • Dificuldade em respirar e deglutir
    • Perturbações no sono (apneia)
    • Sensibilidade ao frio
    • Depressão
    • Dificuldade de concentração e memória

 

Tratamento de Poliomielite

Não existe cura para a poliomielite. O tratamento da poliomielite visa principalmente o controlo e correção dos problemas associados, pelo que é apenas iniciado na presença de sintomas que podem prolongar-se por alguns dias ou semanas. O diagnóstico da doença é feito através do exame físico e avaliação dos sintomas, e por testes laboratoriais comprovando a existencia do virus numa amostra de fezes, ou  pela presença de anticorpos numa amostra sanguinea.

A abordagem terapêutica pode englobar:

Medicamentos – analgésicos para alívio da dor; antibióticos no caso de infeções.

Apoio respiratório ou ortopédico – aparelhos para facilitar a atividade respiratória; acessórios ortopédicos.

Fisioterapia – para treino de reabilitação e reforço muscular

Cirurgia – para correção de eventuais danos a nível esquelético.

A vacinação é eficaz e é ministrada na infância, segundo o Plano Nacional de Vacinação.

Os adultos não imunizados, que se desloquem para zonas onde a poliomielite represente um problema sanitário, deverão ser vacinados

 

Artigo revisto e validado pela especialista em Medicina Geral e Familiar Maria Isabel Braizinha.

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