6 dicas para falar sobre sexualidade com o seu filho adolescente

Maternidade
Última atualização: 08/03/2023
  • A adolescência marca um período de grandes mudanças, dúvidas e inseguranças.
  • O diálogo entre pais e filhos é fundamental para que os adolescentes se sintam orientados e seguros durante o processo de descobrimento das várias esferas da vida, incluindo a sexual.
  • Conversar com um filho adolescente pode ser um desafio, mas há várias formas de criar uma relação saudável de escuta e partilha.
sexualidade

A adolescência é um desafio para os jovens que a atravessam e para os pais que os querem orientar nesta fase. Comunicar eficazmente, saber ouvir e conversar, é a chave para uma conexão saudável entre pais e filhos.

A adolescência é um período marcado por diversas mudanças, físicas, comportamentais e sociais, em que surgem dúvidas e questões de autoconhecimento, fundamentais para a formação de adultos maduros e conscientes.

Durante esta fase, a descoberta sexual tem especial enfoque. É frequente existir por parte dos pais o receio de introduzir o tema, de dar informação a mais, ou cedo demais, de estarem a encorajar atividade sexual prematura, entre outros medos geradores de ansiedade que, muitas vezes, bloqueiam o canal de comunicação entre pais e filhos.

Contudo, nos dias de hoje, os adolescentes são impactados constantemente com conteúdo de cariz sexual nos vários meios de comunicação como a televisão, as redes sociais, os filmes e a publicidade, sendo difícil protegê-los do tema, e tornando a necessidade de diálogo ainda mais prioritária, para mostrar que nem tudo o que é comunicado pelos diversos meios é um exemplo positivo.

É ainda importante, desmistificar que a informação e a educação encorajam os jovens a serem sexualmente ativos, uma vez que o diálogo sobre o tema promoverá decisões informadas e ponderadas com menos riscos, ajudando os adolescentes a:

  • conhecer melhor o corpo e as mudanças pelas quais está a passar;
  • compreender e aceitar as emoções;
  • lidar com as dúvidas com menos ansiedade ou stress;
  • aprender a proteger a sua vida sexual e reprodutiva, prevenindo as infeções sexualmente transmissíveis e gravidezes indesejadas.

A adolescência é ainda uma fase em que os jovens, por vezes, fecham-se mais sobre si mesmos e evitam a comunicação com as figuras parentais. Se um filho não fala em sexualidade nem faz perguntas, não quer dizer que não tenha dúvidas. É importante respeitar o silêncio do jovem, mas também deve haver abertura no contexto familiar, para que o adolescente desabafe em casa em vez de procurar respostas com pessoas inadequadas.

Se conversar com um filho adolescente sobre sexualidade é um desafio, apresentamos-lhe várias dicas para criar uma relação saudável de escuta e partilha.

1. Preparar-se antecipadamente

Antes de iniciar o diálogo, é importante refletir sobre a mensagem que se quer transmitir e a melhor forma de a passar. A informação deve ser adaptada à idade do adolescente, ao conhecimento que já tem, e às dúvidas que apresenta (caso já as tenha expressado).

Tentar colocar-se no lugar do filho e recordar o que gostaria de ter ouvido quando era jovem e ter aprendido em casa quando experienciou sentimentos de dúvida e insegurança, é um ótimo exercício de reflexão das necessidades de um adolescente.

Deve-se compreender a melhor forma de passar a informação, e se necessário, apoiar-se em diferentes meios como por exemplo a brochura “ Pontos nos is: a Educação Sexual lá em casa”, da Associação para o Planeamento da Família.

Além disso, nenhuma figura parental está sozinha neste processo, tanto a restante família, como a escola e os profissionais de saúde têm um papel complementar na construção de jovens conscientes.

2. Saber ouvir e mostrar aceitação

O adolescente deve sentir que pode confiar no adulto para expressar as suas dúvidas sem se sentir julgado. Os pais devem transmitir que todas as dúvidas são normais e aceites para serem discutidas abertamente no seio familiar.

Numa fase onde surgem tantos receios e inseguranças, é imprescindível assegurar aos jovens adolescentes que são aceites e compreendidos, independentemente dos sentimentos pelos quais estão a passar. Desta forma, estes sentem que podem encontrar em casa um espaço de proteção onde podem desabafar sem julgamentos.

3. Transmitir informação verdadeira com rigor científico

A informação pode e deve ser adaptada à idade, contexto, e ao conhecimento que o adolescente já tem, mas é essencial que os pais a transmitam com rigor, pois muitas fontes de informação, como os meios de comunicação e os amigos da escola, promovem a desinformação e falsos conceitos.

É importante, ensinar ao adolescente como distinguir factos de opiniões e crenças pessoais, para que este possa fazer as suas escolhas da forma mais consciente possível, sem a influência ou pressão dos pares.

4. Promover sentimentos positivos acerca da sexualidade

O tema sexualidade não deve ser reduzido à sua vertente física e biológica, sendo essencial abordar a importância do afeto, amor e respeito.

Assim, cria-se uma maior proteção e consciência para o tema, evitando-se comportamentos exploratórios vazios, comportamentos de risco, e melhorando a capacidade de se relacionar com os outros para a construção de vivências equilibradas.

É fundamental o adolescente sentir que pode confiar nos pais e que pode voltar a falar no tema “sexualidade” as vezes que sentir necessidade. Devendo-se evitar transmitir ao filho que o tema é um acontecimento de uma vez só sem abertura para novas questões.

A conexão criada pelo diálogo deve ser um espaço em que o adolescente se sente seguro e dita o próprio ritmo de acesso à informação, isto é, o jovem sabe que terá sempre o apoio dos adultos e que pode procurar o seu apoio independentemente do problema ou preocupação que tenha.

6. Encorajar a autoconfiança e autoestima

Além de mostrar disponibilidade, transmitir informações com rigor científico e promover o afeto, amor e respeito nas relações, é ainda essencial encorajar a autoconfiança e autoestima dos filhos.

O desenvolvimento destas habilidades auxilia os jovens a ultrapassar a pressão dos pares e a acreditar nas suas competências, tomando as suas decisões de forma independente, com menor risco de influência, sem sentirem a obrigação de seguir comportamentos com os quais não concordam.

Comunicar eficazmente, saber ouvir e conversar, é a chave para uma conexão saudável com os filhos, e para que estes desenvolvam a capacidade de tomar decisões e definirem os seus próprios valores.

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