Cinco doenças oftalmológicas a que deve estar atento
- Os problemas de visão afetam uma porção significativa de pessoas em todo o mundo mas são, em muitos casos, evitáveis.
- A conjuntivite é uma inflamação da membrana ocular e que pode ser contagiosa.
- Com a idade, surgem habitualmente as cataratas que podem ser tratadas com recurso à cirurgia.
- O glaucoma é desenvolve-se inicialmente sem apresentar sintomas, mas é uma das principais causas de perda de visão.
- Menos grave mas muito incomodativa, a alergia ocular é um problema oftalmológico que requer muitas vezes tratamento farmacológico.
- O descolamento da retina é uma condição grave e que exige ser acompanhada por um médico oftalmologista.
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Uma dor, inchaço ou até uma simples irritação nos olhos são sinais que não devem ser ignorados. Reunimos algumas das doenças oftalmológicas mais comuns para o ajudar a detetar sintomas e perceber quais os tratamentos adequados.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, cerca de 2,2 mil milhões de pessoas em todo o mundo têm problemas de visão e é expectável que todas as pessoas experienciem pelo menos uma doença oftalmológica durante a sua vida.
As consultas regulares de oftalmologia são essenciais para detetar e evitar o aparecimento de problemas e, no caso de já ser inevitável, colmatar danos maiores. Alergias, cataratas e conjuntivites são algumas das doenças mais comuns, não escolhem género e podem aparecer em qualquer idade.
1. Conjuntivite
A conjuntiviteé uma inflamação da conjuntiva, nome dado à membrana transparente que cobre o globo ocular e a parte interna da pálpebra. É uma das doenças oftalmológicas mais comuns, mas apesar de contagiosa, não provoca problemas de visão. Como consequência da inflamação, os olhos ficam vermelhos e lacrimejantes e podem surgir sintomas como a comichão e secreção.
Em algum período da sua vida, praticamente toda a gente já teve uma conjuntivite. Mas por razão surgem? As causas podem ser várias e originam diferentes tipos de conjuntivite:
- Conjuntivite infeciosa: transmitida por vírus, fungos ou bactérias e extremamente contagiosa. Mais comum na infância, está muitas vezes associada a outra infeção.
- Conjuntivite alérgica: é a mais comum e geralmente provocada por substâncias que provocam alergia, como pólen, o pelo de animais ou o pó da casa. Este tipo de conjuntivite não é transmissível e ocorre mais vezes na primavera e no outono.
- Conjuntivite de irritação: provocada por contacto com produtos irritantes, como produtos químicos, como por exemplo a tinta do cabelo ou produtos de limpeza, ou até por alguma substância que fique presa no olho. Também não é contagiosa.
- Conjuntivite devida a problemas estruturais: mais rara, está associada a anomalias da pálpebra ou obstruções no canal lacrimal.
A melhor forma de identificar o tipo de conjuntivite é consultar um médico e, até lá, prevenir o contágio, evitando partilhar objetos que estejam em contacto com a cara, como tolhas ou almofadas. Importante será também lembrar que o tempo de incubação de uma conjuntivite — período durante o qual a pessoa é contagiosa, mas os sintomas ainda não se manifestaram — vai de um a quatro dias e que os primeiros sintomas aparecem já na fase aguda da doença, podendo durar até 15 dias.
2.Cataratas
A catarata consiste na opacificação do cristalino, uma espécie de lente natural do olho, transparente e que permite a focagem dos objetos tanto ao longe como perto. Quando este perde a transparência e impede a passagem da luz de forma clara até à retina, o doente sofre uma perda progressiva de visão.
A causa mais frequente de catarata ocular é o processo natural de envelhecimento que ocorre, normalmente, a partir dos 45 anos. Nessa altura, e caso se confirme o diagnóstico, é possível que surjam sintomas como visão turva, sensibilidade à luz, diminuição da visão noturna e da sensibilidade às cores. O único tratamento da catarata é a cirurgia, durante a qual essa lente natural mais opaca é substituída por uma lente artificial.
3. Glaucoma
O glaucoma surge quando há uma alteração dos fluidos intraoculares e estes se acumulam no globo ocular, com consequente aumento da pressão, que provoca danos no nervo ótico e leva à perda gradual da visão.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, o glaucoma é uma das principais causas de cegueira nos adultos no mundo ocidental e estima-se que afete cerca de 7,7 milhões de pessoas a nível mundial.
O glaucoma não apresenta sintomas até fases avançadas (e irreversíveis) da doença, pelo que só pode ser detetado após exames realizados pelo oftalmologista. Este vai determinar qual o tratamento mais adequado, que pode ir desde a aplicação de colírios que controlam a pressão intraocular até tratamentos com laser ou cirurgia.
4. Alergia ocular
Pode não ser uma das doenças oftalmológicas mais graves, mas é com certeza uma das mais comuns e incomodativas. Irritação, comichão, ardor, olhos lacrimejantes e sensibilidade à luz são alguns dos sintomas das alergias, que surgem como resposta do sistema imunológico às substâncias alergénicas como o pólen, o pó, o pelo de animal e alguns alimentos. O ideal, em casos de alergia ocular, é apostar na prevenção e evitar o contacto com aquilo que despoleta a alergia. Quando os primeiros sintomas surgem, um tratamento feito à base de gotas oculares, pomadas oftálmicas e anti-histamínicos pode aliviar bastante o desconforto. O tratamento deve variar consoante a gravidade dos sintomas mas, no caso das gotas, não devem exceder os dois dias de aplicação sem consultar um oftalmologista.
5.Descolamento da retina
A retina é uma fina estrutura de tecido nervoso que reveste a parte interna do olho. Quando a totalidade ou parte da retina se desprende da parte posterior do olho, ocorre o chamado descolamento da retina. Entre os problemas que afetam a visão, este é considerado um dos mais graves. O facto de não provocar dor, vermelhidão ou secreção - como habitualmente acontece com outras doenças oftalmológicas - obriga a estar mais atento aos sintomas, que podem surgir em forma de pontos ou manchas na visão, flashes de luzes ou mesmo perda súbita da visão. Neste caso, a cirurgia é a solução e será o médico oftalmologista a determinar qual a abordagem adequada a cada caso.
Mas tenha em atenção: seja qual for a situação — uma conjuntivite passageira ou um glaucoma mais grave — o importante é não descurar a importância do acompanhamento médico na prevenção de doenças oftalmológicas.
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pelo Conselho Científico da AdvanceCare.
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