Alimentação: porque somos (mesmo) o que comemos

Nutrição e Fitness
Última atualização: 23/12/2022

A 22 de abril celebra-se o Dia Mundial da Terra e a AdvanceCare fez um levantamento sobre o que a ciência já sabe sobre o impacto, no ambiente e na nossa saúde, das escolhas alimentares que fazemos.

Sabia que…?

…para produzir um quilo de carne bovina são necessários 15 400 litros de água? E que para garantir um crescimento rápido de frutas e vegetais, a agricultura convencional adiciona azoto às águas de cultura, o que faz aumentar a quantidade de água nos alimentos, fazendo com que estes fiquem com uma menor concentração de nutrientes benéficos para a nossa saúde geral?

Mas talvez não saiba que a alimentação e comer de uma forma saudável, conhecer a proveniência dos alimentos, e, já em casa, confecioná-los da forma mais saudável são formas de preservar, simultaneamente, a saúde e o ambiente. Porque afinal somos mesmo o que comemos.

Os benefícios da agricultura biológica

Com um sistema de produção que não recorre a pesticidas, adubos químicos ou herbicidas, a agricultura biológica evita a poluição de solos e lençóis freáticos, garante a rotatividade de culturas e respeita os ciclos naturais. Para a União Europeia, produzir alimentos de alta qualidade com baixo impacto ambiental é prioridade para desenvolver sistemas sustentáveis de alimentos.

No prato, as vantagens continuam. Estudos sobre o valor nutricional de produtos orgânicos mostram algumas discrepâncias por causa das diferenças entre solos e estado de maturidade do cultivo. No entanto, verifica-se que produtos orgânicos contêm um índice ligeiramente superior de certas vitaminas, ferro, magnésio e fósforo, em adição ao baixo valor de pesticidas. Adicionalmente, o baixo uso de antibióticos nestes produtos é benéfico para a nossa saúde.

Os alimentos provenientes da agricultura biológica são assim mais concentrados, o que também é importante para a manutenção de um regime alimentar equilibrado. Paula Ravasco, investigadora na área da alimentação, afirma: “Os recetores do paladar são influenciados pelo fato de os alimentos biológicos serem mais concentrados do que os convencionais. O paladar, ao ser estimulado pelo sabor intenso, transmite-nos a sensação de saciedade rapidamente, fazendo com que se coma menos quantidade”.

Consuma alimentos de produtores locais ou produza-os

A jardinagem e a hortofloricultura são excelentes hobbies e uma boa forma de combater o stress. Basta um quintal, um canteiro ou alguns vasos numa varanda para criar uma pequena horta caseira que pode garantir o fornecimento das aromáticas e saladas do próximo verão. A produção é caseira, livre de químicos e totalmente controlada por si.

Outra forma de assegurar uma alimentação saudável é a preferência por produtores locais. Dessa forma pode conhecer e acompanhar o processo de produção, está a fomentar a economia local e preserva o ambiente, ao evitar o gasto de recursos associados ao transporte. Ao mesmo tempo, devemos privilegiar a fruta e legumes da época, pois estaremos a tirar partido dos seus sabores e nutrientes, além de que existe uma melhor relação entre qualidade e preço.

Confeção saudável é essencial

Escolher alimentos mais nutritivos e saudáveis é uma boa opção. Mas há ainda que ter atenção à escolha dos recipientes para preparar as refeições. Quando vai aquecer ou descongelar comida no micro-ondas, use recipientes de material adequado a este uso. Se usar plástico, certifique-se de que este é próprio para o uso em micro-ondas: caso contrário, embora não derreta ou se comporte de forma “estranha”, o plástico poderá libertar toxinas.

No forno, o pirex é dos materiais mais seguros e o silicone também não representa perigo, já que não interage com os alimentos, mesmo os de elevada acidez.

No fogão é desaconselhado o uso de alumínio, teflon – se a superfície do recipiente estiver danificada – cobre e barro vidrado. Todos estes materiais, depois de aquecidos e em contacto com os alimentos, libertam substâncias nocivas que se vão acumulando no organismo.

Esteja atento ao açúcar escondido

Vários estudos sublinham a forte relação entre o consumo de açúcar e o aumento do risco de doenças crónicas não transmissíveis como a obesidade, as cáries dentárias, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Exemplo disso é um estudo divulgado em 2014 na revista científica JAMA Internal Medicine. Esta pesquisa acompanhou, ao longo de 15 anos, o consumo de açúcares adicionados (aqueles que vêm integrados nos produtos que consumimos diariamente, como iogurtes, refrigerantes, entre outros) em dois grupos de pessoas, verificando que aquelas cujo 25% do aporte diário de calorias eram açúcares tinham o dobro da probabilidade de virem a morrer de doença cardíaca – quando comparadas com o grupo cuja dieta diária incluía menos de 10% de açucares adicionados. E na verdade, verificou-se uma relação entre consumo de açucares adicionados e maior risco de mortalidade por doenças cardiovasculares.

Por norma, o açúcar presente em alimentos como o mel, a frutas, os laticínios e os cereais é o suficiente para satisfazer as necessidades do organismo. Assim, evite adicionar açúcar aos alimentos e esteja atento aos rótulos dos produtos: um “inocente” chá gelado de 600 ml contém 32 gramas de açúcar e um iogurte 0% de gordura pode chegar aos 16gr.

No entanto, também existe o mito que certos alimentos estão relacionados com o desenvolvimento de certas doenças. Em alguns casos, estas declarações são falsas ou têm mais que lhe diga. Esteja em alerta para não retirar da sua alimentação produtos alimentares sem razão!

Conclusão

Refletir um pouco naquilo que come todos os dias pode ser encarado como um investimento na sua saúde. Opte por produtos biológicos, confecione-os de forma saudável e, no supermercado, leia sempre os rótulos dos produtos que compra, estando atento aos açúcares adicionados. O tempo que “perder” nesta missão é aquele que a sua saúde – e a da sua família – vai ganhar. E o ambiente também.

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Conselho cientifico

Conteúdo revisto

pelo Conselho Científico da AdvanceCare.

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