Como prevenir a diabetes?

Saúde e Medicina
Última atualização: 19/11/2025
  • O envelhecimento da população e a obesidade estão a contribuir para o aumento dos casos de diabetes.
  • A diabetes tipo 2 pode ser prevenida com uma alimentação e estilo de vida mais saudáveis.
  • Recomenda-se rastrear a glicemia em jejum, a partir dos 45 anos, ou mais cedo se existirem fatores de risco associados.
Diabetes 

Prevenir a diabetes é possível e depende de escolhas saudáveis conscientes.

O número de pessoas que vivem com diabetes tem vindo a aumentar nas últimas décadas. Segundo o Programa Nacional para a Diabetes, a prevalência de diabetes ronda os 10% da população portuguesa adulta, o que torna a prevenção uma prioridade de saúde pública.

A nível global, a OMS tem várias metas e iniciativas (Global Diabetes Compact) para reduzir o risco de diabetes e aumentar o acesso a cuidados.

Em Portugal, o Programa Nacional para a Diabetes (PND) é um dos programas de saúde pública mais antigos e em 2012 foi considerado um dos Programas de Saúde Prioritários da Direção-Geral da Saúde (DGS).

O que é a diabetes e quais são os tipos mais comuns?

A diabetes é uma doença crónica que ocorre quando o organismo não produz insulina suficiente ou não a utiliza de forma eficaz. Já a insulina é uma hormona produzida no pâncreas responsável pela regulação do açúcar no sangue. Quando a insulina está em falta ou não atua adequadamente, os níveis de glicose aumentam, sendo que este mecanismo pode falhar por vários motivos.

Existem, assim, vários tipos de diabetes. Os mais comuns são diabetes mellitus tipo 1 ou tipo 2. A diabetes tipo 1 tem origem autoimune e geralmente surge na infância ou adolescência, sendo inevitável e, por isso, não pode ser prevenida. Já a diabetes tipo 2, que representa mais de 90% dos casos, está fortemente associada a fatores de estilo de vida, tais como a alimentação, o peso corporal (elevado IMC) e o sedentarismo. É, portanto, na diabetes tipo 2 que a prevenção desempenha um papel determinante.

A diabetes pode ser prevenida?

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a maioria dos casos de diabetes tipo 2 pode e deve ser mitigada.

A OMS indica como principais medidas de prevenção da diabetes tipo 2:

  • Manter um peso corporal saudável;
  • Praticar atividade física regular;
  • Ter uma alimentação equilibrada;
  • Evitar o consumo de tabaco.

Estas ações reduzem ainda o risco de outras doenças crónicas, como, por exemplo, as cardiovasculares.

Quais são os fatores de risco?

Os fatores de risco mais comuns incluem excesso de peso, obesidade abdominal, sedentarismo, antecedentes familiares de diabetes, hipertensão arterial e idade superior a 45 anos.

O stress, a má alimentação e o consumo frequente de bebidas açucaradas também aumentam o risco. O tabaco aumenta o risco de diabetes tipo 2, pois interfere com o metabolismo da glicose e contribui para inflamação e resistência à insulina.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) alerta que o envelhecimento da população e o aumento da obesidade estão a contribuir para o crescimento dos casos de diabetes.

Qual a importância do rastreio e quando deve ser feito?

A diabetes pode permanecer silenciosa durante anos. Por isso, o rastreio é essencial, especialmente em pessoas com fatores de risco. A DGS recomenda, como rastreio, medir a glicemia em jejum a partir dos 45 anos, ou mais cedo se existirem antecedentes familiares, excesso de peso, hipertensão ou dislipidemia.

O diagnóstico precoce permite intervir antes de surgirem complicações. Pessoas com “pré-diabetes”, uma condição em que os níveis de glicose estão acima do normal sem ser considerado diabetes, beneficiam destas ações de prevenção.

Para além dos fatores de risco mencionados anteriormente, mulheres com excesso de peso antes da gravidez, idade superior a 30 anos ou antecedentes familiares devem realizar rastreio precoce, uma vez que incorrem no risco de desenvolver diabetes gestacional. Esta ocorre durante a gravidez e pode afetar tanto a mãe como o bebé. A prevenção passa por uma alimentação equilibrada, prática regular de exercício adaptado à gestação e vigilância médica frequente. Após o parto, é fundamental manter hábitos saudáveis, pois o risco de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro é mais elevado.

Qual o papel da alimentação na prevenção?

A alimentação é um dos pilares fundamentais. A OMS e a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) recomendam reduzir o consumo de açúcares simples, gorduras saturadas e alimentos ultraprocessados. Devem privilegiar-se frutas, legumes, cereais integrais, leguminosas, frutos secos e azeite.

Seguir o padrão alimentar mediterrânico é uma das estratégias mais eficazes: este modelo, baseado em alimentos frescos e naturais, está associado a menor risco de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.

Além disso, é importante moderar o consumo de bebidas alcoólicas e evitar refrigerantes e sumos açucarados, que aumentam rapidamente a glicemia e favorecem o ganho de peso. Pequenas mudanças, como trocar sobremesas doces por fruta e substituir fritos por grelhados, poderão ter um impacto significativo a longo prazo.

Quando procurar apoio de um profissional de saúde?

Sempre que existam fatores de risco, como excesso de peso, sedentarismo, hipertensão, colesterol elevado ou antecedentes familiares, é aconselhável marcar uma consulta. O médico de família irá solicitar análises de glicemia, poderá orientar sobre questões de nutrição ou a manter uma atividade física regular e poderá o/a encaminhar para especialistas como forma de prevenção ativa. O acompanhamento regular permite ajustar medidas e prevenir complicações antes que ocorram.

É importante referir que a prevenção não depende apenas de escolhas individuais. A OMS defende políticas públicas que facilitem estilos de vida saudáveis: espaços urbanos com acesso seguro à atividade física, educação alimentar nas escolas, regulação da publicidade a alimentos ultraprocessados e aumento das taxas para bebidas açucaradas.

Em Portugal, o Programa Nacional para a Diabetes e o Plano Nacional para a Alimentação Saudável (PNPAS) promovem campanhas e ações conjuntas para sensibilizar a população. A APDP colabora com centros de saúde e autarquias em programas locais que incentivam a literacia em saúde e a prática de exercício.

A prevenção é um investimento pessoal e coletivo, quanto mais cedo se agir, maior a probabilidade de se evitar complicações futuras e garantir uma população mais saudável.

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pelo Conselho Científico da AdvanceCare.

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