Infertilidade feminina

Maternidade
Última atualização: 19/01/2023
Infertilidade feminina

A maternidade é um desejo de muitas mulheres, mas, por vezes, existem complicações e tentar engravidar pode não ser um processo fácil. As perturbações na ovulação são a principal causa de infertilidade feminina em Portugal. Saiba mais sobre este tema.

Ter um filho: um sonho difícil para muitos

Ter um filho é um sonho difícil de concretizar para cerca de 10% dos casais, alerta a Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução (SPMR). Nas últimas décadas, a medicina de reprodução e as técnicas associadas têm verificado um enorme avanço. Isto significa que cada vez mais casais conseguem realizar o sonho de serem pais.

De acordo com a Associação Portuguesa de Fertilidade, a prevalência da infertilidade conjugal atinge 15-20% da população em idade reprodutiva em Portugal. Em cerca de 80% desses casos, ambas as partes do casal apresentam infertilidade. Há dados que relatam que em 20-30% das situações a causa da infertilidade do casal recai sobre o homem e em 30-40% sobre a mulher. Adicionalmente, há certos casos em que a razão pela qual o casal tem dificuldade em conceber é desconhecida. A incidência da infertilidade tem vindo a aumentar e pensa-se que o sedentarismo, alimentação desequilibrada, obesidade, consumo de tabaco, de bebidas alcoólicas ou de drogas, bem como o adiamento da maternidade e a exposição a químicos na atmosfera sejam fatores de risco. Se está a tentar engravidar, conheça as principais causas da infertilidade feminina e as respostas da medicina.

Principais causas da infertilidade feminina

Segundo a SPMR, 30% dos casos de infertilidade relativa à mulher são devido à obstrução das trompas. Esta “obstrução” é causada por infeções bacterianas que as danificam e é possível reparará-las pela via cirúrgica. No entanto, caso o dano nas trompas seja muito extenso ou o tratamento cirúrgico não seja suficiente para resultar numa gravidez, a pessoa é indicada para fertilização in vitro.

Segundo a mesma fonte, 25% dos casos de infertilidade feminina devem-se a problemas de ovulação — o processo que permite, em cada ciclo, a libertação de ovócitos para fecundação. Vários fatores podem originar este problema, tais como:

  • Excesso de peso ou magreza acentuada.
  • Alterações hormonais (secreção reduzida da hipófise — glândula endócrina cuja função é regular grande parte das outras glândulas endócrinas; excesso de prolactina, doenças da tiroide).
  • Síndrome de ovário poliquístico (patologia caracterizada pelo desequilíbrio hormonal: excesso de androgénios, formação de quistos nos ovários e que impede a formação de ovócitos ou mesmo a própria ovulação).
  • Insuficiência ovárica (a atividade do ovário cessa antes dos 40 anos).

Outras causas de infertilidade feminina

Em cerca de 5% das situações de infertilidade, a causa são doenças do útero. Tais como: fibromiomas uterinos, anomalias congénitas na configuração do útero e alterações na sua cavidade interna. Também, o muco cervical pode ser desfavorável à presença de espermatozoides, impedindo-os de entrar no útero e, assim, a gravidez.

Outra cause de infertilidade é a endometriose. Uma doença em que tecido endométrico que responde a estímulos hormonais começa a crescer fora da cavidade uterina. Isto causa danos em várias partes do sistema reprodutor.

Também há mulheres que, apesar de não terem problemas específicos ao engravidar, abortam sistematicamente. Pode ser causado por alterações hormonais ou a malformações congénitas do útero.

Infertilidade feminina: sinais de alarme

Uma menstruação irregular ou ausente é o principal indício de disfunção ovulatória. A síndrome de ovário poliquístico tem como sintomas as falhas ou ausência de menstruação, acne ou pele oleosa, obesidade e dificuldade em perder peso e hirsutismo (aumento da pilosidade) na zona do rosto, no peito ou nas costas, refere o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido. Estes sinais surgem na adolescência ou na faixa etária dos 20 anos, mas muitas mulheres só são diagnosticadas quando tentam engravidar, pois dificuldade em engravidar é um dos sintomas. Adicionalmente, a síndrome de ovário poliquístico tem impactos a longo prazo na mulher — risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2 e níveis elevados de colesterol no sangue.

Procurar ajuda especializada

Por regra, deve consultar o médico se não consegue engravidar após um ano de relações sexuais desprotegidas (ou seis meses, caso tenha idade igual ou superior a 35 anos), aconselha a Associação Portuguesa de Fertilidade. Menstruação irregular, ausente ou dolorosa pode também indicar problemas e merecer análise. Pode procurar um ginecologista perto de si na nossa Rede Médica.

Diagnóstico de infertilidade

Perante suspeita de infertilidade, a avaliação médica inclui o exame físico completo (exame ginecológico, ecografias, análises clínicas e análises aos níveis hormonais) e historial clínico de ambos os elementos do casal. No caso da mulher, a realização de análises ao sangue, urina e/ou estudos hormonais permite avaliar a ovulação. A ecografia pélvica endovaginal permite analisar o útero e ovários, bem como detetar a presença de quistos.

Opções terapêuticas para a infertilidade feminina

O registo diário da temperatura basal (temperatura do corpo em repouso) pode ajudar a indicar os ciclos de ovulação e calendarizar as relações sexuais em função da ovulação, sendo uma estratégia seguida por muitos casais. No que respeita a tratamentos, a maioria dos casos da infertilidade por falência ovulatória é tratada com medicamentos que ajudam a regular a ovulação e os níveis hormonais. No caso de não resultar, pode ainda recorrer-se à cirurgia para corrigir problemas nos ovários ou proceder a uma fertilização in vitro para conseguir uma gravidez, indica a SPMR. No caso da insuficiência dos ovários, a alternativa passa pelo recurso a ovócitos de dadora para fertilização in vitro.

Processo difícil 

Tentar engravidar pode, por vezes, não ser um processo fácil. Se está a tentar engravidar há mais de 1 ano sem resultados (ou há mais de 6 meses se tiver idade igual ou superior a 35 anos) é aconselhável consultar um médico para que este avalie o seu caso. No caso de ser confirmado um diagnóstico de infertilidade não deve perder a esperança — existem várias técnicas de reprodução assistida a que poderá recorrer. A medicina de reprodução têm evoluído muito nas últimas décadas, dando a oportunidade a casais de serem pais pela primeira vez. Os exemplos de sucesso são cada vez mais, desde o primeiro “bebé proveta” que nasceu em Portugal, em 1986.

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