Verão: atenção às intoxicações alimentares

Quotidiano
Última atualização: 29/11/2022
  • As intoxicações alimentares são especialmente comuns nos meses mais quentes, devido ao perigo de deterioração de alguns alimentos.
  • Existem estratégias que pode adotar para prevenir as intoxicações alimentares, tais como optar por alimentos mais seguros e garantir a lavagem e confeção correta dos mesmos.
  • É importante, ainda, conhecer os sinais e sintomas de uma intoxicação alimentar e saber como agir no caso desta ocorrer.
intoxicacoes alimentares no verao

O verão é, por excelência, a época da vida ao ar livre. Mas também é propícia a excessos alimentares e alguns erros que podem ter consequências graves. Neste artigo, encontrará tudo o que precisa de saber para prevenir, identificar e tratar uma intoxicação alimentar.

Os dias quentes convidam a passar mais tempo no exterior, mas, no que toca à alimentação, nem todos os produtos conseguem superar o desafio da temperatura e podem acabar por se deteriorar. Este fator pode, muitas vezes, potenciar condições favoráveis à ocorrência de intoxicações alimentares, um dos principais problemas de saúde mais associados ao verão.

 

Embora o marisco ou maionese sejam mais frequentemente associados a este problema, o risco de intoxicação está presente noutros alimentos, bem como na forma como são preparados, conservados, dentro ou fora de casa. Cabe a cada um de nós tomar as precauções necessárias para garantir uma alimentação saudável e sem riscos, conhecendo os principais alimentos em risco e adotando medidas de prevenção de problemas gastrointestinais. Igualmente, é importante reconhecer atempadamente os sinais e sintomas da intoxicação alimentar, de forma a saber quando e como agir caso esta aconteça.

Alimentos sob suspeita

O calor é propício à propagação de microrganismos nos alimentos, obrigando a cuidados reforçados na escolha, preparação e conservação dos mesmos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que, a nível mundial, 1 em cada 10 pessoas sofra deste problema anualmente, sendo as crianças com menos de 5 anos as principais afetadas (40% dos casos).

Estas condições são geralmente causadas por bactérias, vírus, parasitas ou substâncias químicas presentes nos alimentos. Nas bactérias, que são os agentes mais comuns, figuram os estafilococos (presentes nas natas, cremes de pastelaria, carne) a Salmonella (presente nos ovos, aves, carne, leite), a Brucella (lacticínios não pasteurizados) e a Listeria (presente na carne, leite, queijo, alimentos crus e processados). No caso dos vírus, o norovírus e o vírus da hepatite A (presentes na fruta, verduras, marisco e água não potável) podem também ser transmitidos através do contacto com alimentos infetados.

No seu “Guia de Refeições Saudáveis para o Verão” a Associação Portuguesa de Nutricionistas (APN) lista alguns alimentos com maior risco de deterioração:

  • Frutos do mar;
  • Iogurtes, leite e sobremesas lácteas;
  • Queijo fresco;
  • Fiambre;
  • Gelatina;
  • Carne ou peixe mal cozinhados;
  • Ovos mal cozinhados;
  • Molhos (com maionese, natas, entre outros);
  • Bolos com creme/chantilly;
  • Quiches, folhados, empadas e fritos.

Estes são, assim, alimentos a evitar durante a época de maior calor, especialmente se não os consumir imediatamente após a sua confeção e os submeter às temperaturas mais altas. Se estiver à procura de opções saudáveis e seguras para uma refeição na praia, conheça algumas das nossas dicas.

Como prevenir problemas gastrointestinais e intoxicações alimentares

Para evitar problemas gastrointestinais e intoxicações alimentares, seja seletivo na escolha dos alimentos que consome, optando apenas pelos que estão frescos e rejeitando todos os que possam constituir um risco ou cujo aspeto suscite dúvidas.

Em casa, tome precauções na fase de preparação: mantenha os utensílios de cozinha e superfícies que contactam com os alimentos limpos, não use o mesmo utensílio (faca ou tábua de corte, por exemplo) para alimentos crus e cozinhados, lave cuidadosamente os alimentos, em especial no caso daqueles que serão consumidos crus.

Outras medidas essenciais passam por lavar as mãos com frequência, consumir os alimentos logo após a preparação ou conservá-los no frigorífico em recipientes bem fechados. Sempre que preparar piqueniques ou refeições em dias quentes, verifique se os alimentos estão devidamente conservados no frio e opte pelos que são mais resistentes ao calor e transporte. Transportar os alimentos em malas térmicas, acompanhados de almofadas de gelo. e evitar o contacto com o sol, são medidas que devem sempre ser tomadas. Assim, evita-se que os alimentos – principalmente os mais perecíveis – possam ser alterados pelo calor e consequentemente tornar propícia a propagação de microrganismos nocivos.

Estas dicas são também importantes no caso das viagens para destinos tropicais, também frequentemente associadas à ocorrência de problemas gastrointestinais e intoxicações alimentares.

Sinais de alarme

Os primeiros sintomas podem verificar-se decorridos apenas alguns minutos após a ingestão dos alimentos alterados, ou podem surgir horas ou até dias mais tarde, dependendo do tipo de agente nocivo, da quantidade ingerida e da reação do organismo da pessoa afetada.

Um dos sinais mais frequentemente apontados nos estudos realizados sobre este problema é a diarreia, mas poderão também ocorrer episódios de náuseas, vómitos, febre, dores de cabeça, abdominais e/ou musculares, fraqueza, arrepios e desconforto geral. Podem ainda verificar-se sintomas potencialmente com maior gravidade como confusão e a dormência ou formigueiro no rosto, mãos e pés.

O que fazer

Na maioria dos casos, o quadro clínico melhora espontaneamente após alguns dias, sendo apenas necessário deixar o estômago em “repouso” e assegurar o aporte de água, de forma regular e em pequenas quantidades, para uma hidratação adequada. Enquanto se verificarem os sintomas é importante ajudar o estômago a recuperar, evitando a ingestão de alimentos nos 60 minutos que se seguem ao episódio de vómito.

Caso pertença a um dos grupos de risco – bebés, crianças, mulheres grávidas, pessoas com sistema imunitário debilitado ou idosos –, as queixas comuns persistam ou surjam outros sintomas como sangue ou muco nas fezes, deve consultar um médico. Igualmente, deve procurar auxílio médico se notar sinais de desidratação (boca seca, tonturas e baixo volume de urina) ou tiver febre alta que não responde à medicação. Através do exame médico, história clínica e análises, é possível identificar a origem do problema, despistar outras patologias e definir um tratamento. Algumas situações podem ser graves e requerer internamento hospitalar.

As intoxicações alimentares são mais comuns nos meses de verão devido à proliferação de microrganismos nos alimentos. Tomar precauções na escolha, preparação e conservação dos géneros alimentícios é essencial para minimizar os riscos.

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