O cancro da mama é o cancro com maior taxa de incidência no sexo feminino, afetando uma em cada dez mulheres ao longo da vida. Em Portugal, anualmente são detetados cerca de 7.000 novos casos de cancro da mama e 1.800 mulheres morrem com esta doença. O cancro da mama é uma das doenças com maior impacto na nossa sociedade, não só por ser muito frequente e associado a uma imagem de grande gravidade, mas também, porque agride um órgão cheio de simbolismo na maternidade e na feminilidade.

Em Portugal, cerca de 1% de todos os cancros da mama são no homem. Grande parte da informação apresentada sobre o cancro da mama é, também, aplicável a homens.

O seu aparecimento deve-se à mutação das células da mama, que pode afetar os lóbulos, ductos ou tecidos envolventes.

Peito com cancro da mama, com destaque para um nódulo assinalado a vermelho

O tratamento do cancro da mama pode ter várias abordagens, em regra, combinadas entre si.

Tipos de Cancro

Esta patologia divide-se em vários tipos, principalmente, de acordo com a:

  1. Localização:
  • Lobular – situado nos lóbulos, as glândulas presentes na mama são responsáveis pela produção de leite.
  • Ductal – situado nos ductos, os canais de passagem do leite até ao mamilo. Os cancros deste tipo são os mais comuns.
  • Estroma – tecido envolvente (mais raro).
  1. Evolução:
  • Invasivo – cancro que está ou tem potencial para afetar tecidos vizinhos e outros órgãos. Por exemplo: Carcinoma ductal invasivo ou carcinoma lobular invasivo.
  • Não-invasivo – cancro cujas células estão localizadas e não disseminaram para outras partes do corpo. Por exemplo: Carcinoma ductal in situ, carcinoma lobular in situ.

O cancro da mama é igualmente classificado pelo estádio em que se encontra no organismo (mais ou menos avançado). Esta avaliação, que permite determinar a abordagem terapêutica, e baseia-se nos seguintes critérios: dimensão do tumor, envolvimento dos gânglios linfáticos da axila e existência de metástases (ramificações do cancro noutros órgãos e zonas do corpo).

Causas do Cancro da Mama

O aparecimento de cancro da mama não se deve a uma causa específica, mas estão identificados vários fatores de risco:

  • Sexo feminino – o cancro da mama é mais frequente em mulheres, estima-se que devido à componente hormonal (estrogénios). Os casos masculinos são raros.
  • Idade – o cancro tende a ser mais comum após os 45 anos e sobretudo após os 60 anos.
  • Hormonas – exposição prolongada à influência dos estrogénios pode aumentar o risco. Neste grupo enquadram-se: mulheres que tiveram a primeira menstruação cedo (antes dos 12 anos) e que têm menopausa tardia, mulheres que nunca tiveram filhos (nulíparas), mulheres que tiveram o primeiro filho após os 30 anos, mulheres que não amamentaram, mulheres submetidas à terapêutica hormonal de substituição na menopausa.
  • História familiar – os antecedentes familiares são um fator que determina maior vigilância. Estima-se que o risco possa quase duplicar se a mulher tiver algum familiar em primeiro grau – mãe, irmã, filha – afetado pela doença.
  • Genética – apenas 10% dos casos são hereditários. Existem mutações genéticas que se associam a este cancro como os genes BRC1 e BRC2, os mais comuns. Um teste genético permite detetar esta mutação, que é responsável pelo cancro da mama em idades mais jovens e que aumenta o risco de outros, como o do ovário. Outros genes foram já associados ao cancro da mama, mas com risco e incidência menores.
  • Densidades da mama – mulheres com uma mama densa (menos tecido adiposo e mais fibroso) têm um risco acrescido de cancro. A mamografia é também menos exata nestes casos.
  • Excesso de peso – as pessoas obesas ou com excesso de peso após a menopausa têm um risco acrescido. Uma das explicações está no facto da produção de estrogénios nos ovários parar nesta fase, passando a ser feita através do tecido adiposo (mais gordura significa maior probabilidade de um aumento no nível de estrogénios).
  • Lesões benignas na mama (fibroadenomas, etc).
  • Estilo de vida – sedentarismo, consumo de tabaco ou bebidas alcoólicas e ainda poluição surgem associados a um maior risco de cancro.

Sintomas do Cancro da Mama

Qualquer alteração na mama ou mamilo, seja ela visível ou palpável, deve ser analisada por um médico.

Os principais sinais de alarme são:

  • Nódulo (caroço) na mama ou axila.
  • Corrimento através do mamilo.
  • Mudança na forma, tamanho ou aspeto da mama.
  • Retração do mamilo (“mamilo invertido”) ou da pele na mama.
  • Alterações cutâneas na mama e mamilo: espessamento, endurecimento, irritação e sensibilidade.
  • Dor (embora não seja comum nas fases iniciais da doença).
  • Muitos casos de alterações mamárias são benignos, contudo perante sintomas que não desaparecem é importante informar o médico para que faça um exame clínico e/ou imagiológico e esclareça a origem do problema, despistando a presença de cancro.

Tratamento do Cancro da Mama

Uma vez no consultório e, após o exame clínico, o médico pode recomendar a realização de outros exames como:

Mamografia – exame que deteta alterações na glândula mamária. É o exame de rastreio por excelência, realizado anualmente em mulheres acima dos 45 anos. Poderá ser feito antes, por indicação médica, devido a fatores de risco ou para avaliação de anomalias na mama.

Ecografia mamária – exame de primeira linha nas mulheres mais jovens devido à densidade da mama; usado como complemento da mamografia ou ecografia mamária.

Em caso de dúvida e para esclarecimento do diagnóstico pode ser feita uma punção, biópsia ou ressonância magnética. Embora o rastreio deste tipo de cancro se inicie, por norma, aos 45 anos, cabe ao médico avaliar se se justificam exames antecipados.

O tratamento do cancro da mama pode ter várias abordagens, em regra, combinadas entre si:

  • Quimioterapia.
  • Radioterapia.
  • Hormonoterapia.
  • Cirurgia – para retirar o tumor ou gânglios afetados. Pode incluir a excisão parcial ou total da mama e no mesmo ato ou posteriormente a sua reconstrução através de cirurgia plástica.

Após o tratamento, inicia-se um período de vigilância médica de cerca de cinco anos, para deteção de eventuais recidivas. O acompanhamento médico periódico prolonga-se pelo resto da vida. 

Artigo revisto e validado por José Ramos Osório, especialista em Medicina Geral e Familiar.

 

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