Nos países ocidentais, 1 em cada 7 casais tem problemas de infertilidade. A evolução da Medicina, nas técnicas de diagnóstico e de reprodução assistida, permite dar resposta a muitas destas situações. E tudo começa na primeira consulta da especialidade.
Decidiu engravidar há vários meses, falou com o médico, fez um check-up, seguiu à risca todas as recomendações e, até agora, nada mudou. Está talvez na altura de procurar ajuda. Segundo a Direção Geral da Saúde, se não ocorrer uma gravidez espontânea, depois de 1 ano de relações sexuais sem contraceção, está recomendada uma primeira consulta de infertilidade. Este prazo encurta para 6 meses no caso das mulheres com mais de 35 anos, dada a redução da capacidade reprodutora após esta idade.
Preparativos para a primeira consulta de infertilidade
Manter uma postura aberta ao diálogo é fundamental. Recorde-se que o objetivo do médico não é criticar nem atribuir culpas, mas conhecer a fundo a situação para, em conjunto com o casal, encontrar a melhor solução. Fazer alguma preparação prévia pode ser benéfico. Assim, fale com o seu parceiro sobre o tema, antevendo os aspetos que poderão ser necessários referir quando forem à primeira consulta de infertilidade. Para além de reunir os exames ou análises que tenham realizado, pode anotar alguns dados sobre o estilo de vida e rotina de casal, como o uso de suplementos/fármacos, consumo de bebidas alcoólicas, a frequência das relações sexuais ou outros aspetos. Toda a informação é útil.
No consultório
O especialista recebe o casal e, através de uma entrevista exaustiva sobre historial clínico (patologias, cirurgias), hábitos de vida (stress, alimentação, medicação) e atividade sexual, bem como a análise de exames médicos prévios, traça o historial de ambos os elementos. Esta etapa é importante, uma vez que permite ao médico detetar situações, algumas até de resolução simples, que podem estar a comprometer a fertilidade. Por norma, são pedidos exames complementares: avaliação basal (para identificar quando ocorre ovulação), estudo hormonal, ecografia pélvica e/ou histerossalpingografia (exame radiológico que avalia útero e trompas) na mulher; o homem deve fazer um espermograma (para analisar a mobilidade, morfologia e concentração de espermatozoides).
Primeira consulta de infertilidade: o que deve perguntar
No bloco onde anotou as informações que podem ser relevantes para o médico, reserve umas páginas para incluir as suas questões. As preocupações variam de pessoa para pessoa, mas existem algumas perguntas frequentes neste tipo de situações. Eis alguns exemplos:
- Por que razão não consigo engravidar? Será do stress?
- Que hábitos devo mudar?
- Quando posso ou devo ter relações sexuais?
- Existe algum tratamento para o meu problema?
- Que tratamento recomenda fazer em primeiro lugar?
- Tem contraindicações?
- Que vantagem tem em relação a outras opções?
- Quanto tempo terei de esperar pelo resultado?
- Quais os efeitos secundários?
- E a taxa de sucesso?
- Como posso fazer para controlar a ansiedade?
- A quem posso recorrer se precisar de ajuda?
Regra geral, a consulta de infertilidade seguinte é agendada algumas semanas mais tarde, para avaliação dos exames complementares pedidos e definição do plano de tratamento a seguir.
Estima-se que 15% dos casais em idade reprodutiva não consiga engravidar no período de 1 ano. Identificar as causas e as soluções para este problema é o objetivo da primeira consulta de infertilidade, recomendada a todos os casais que após 12 meses de relações sem proteção (6 se a mulher tiver 35 anos) ainda não conseguiram uma gravidez.

Conteúdo revisto
pelo Conselho Científico da AdvanceCare.
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