Parto natural e cesariana: Quais as diferenças?

Maternidade
Última atualização: 10/08/2022
  • O parto é uma fonte ansiedade e interrogações de várias mulheres, podendo acontecer de uma forma natural (parto natural) ou com intervenção cirúrgica (cesariana).
  • O parto natural tem como associação direta a dor, porém, existem técnicas novas que permitem diminuir ou até mesmo eliminar este fator por completo. Havendo vários benefícios a escolher esta abordagem.
  • A cesariana implica uma incisão abdominal, e a mulher pode escolher ter uma anestesia local ou geral. Por vezes, esta abordagem é a única solução para a mãe e bebé ficarem seguros.
  • Em ambas as opções existem riscos e benefícios para a mulher, mas qualquer que seja a escolha deve-se informar com o seu médico.
gravidez

Podendo decorrer de duas formas – parto natural ou cesariana - a experiência de parto é geralmente percecionada de forma positiva quando as expetativas construídas se adequam à forma como o parto é experienciado. Estar ciente daquilo que pode acontecer ajudará a adequar-se à situação e ter uma melhor experiência de dar à luz.

Parto Natural ou Cesariana?

De uma perspetiva de segurança para a mãe e para o bebé, geralmente, o parto natural é a melhor opção segundo os médicos. Porém, às vezes, a cesariana é a única solução segura para o parto. Sendo importante as futuras mães terem acesso a informação para tomarem uma decisão informada.

Parto Natural

O parto natural normalmente refere-se a um parto vaginal sem medicação para dor, exceto a epidural, ou intervenções médicas de rotina. Esta é uma abordagem que pode ser adequada se a mãe quiser manter o máximo de controlo possível sobre o seu corpo, e ser uma participante ativa durante o nascimento do bebé.

Normalmente, associada ao parto natural está a dor. Contudo, nem sempre essa dor se revela com a mesma intensidade e atualmente existem técnicas que permitem atenuá-la, como a anestesia epidural. Esta anestesia loco-regional tem como intuito diminuir a sensibilidade na parte inferior do corpo, sem, no entanto, impedir que a mulher tenha um papel ativo no trabalho de parto.

A epidural é aplicada quando a dilatação atinge 4 a 5 centímetros e as contrações se sucedem ao ritmo de uma em cada 4 ou 5 minutos. A anestesia é aplicada entre duas contrações, com a mãe dobrada sobre si e imobilizada, e o anestésico injetado retirará a sensibilidade à parte inferior do corpo. A epidural controla a dor, não tendo qualquer efeito sobre o bebé.

Um parto natural segue um ritmo próprio, que começa com a ruptura da bolsa de águas, contrações e dilatação do colo do útero, até ao nascimento do bebé.

Os principais benefícios do parto natural:

  • A maioria das técnicas do parto natural não são invasivas, havendo pouco potencial para causar danos ao bebé e a mãe;
  • Muitas mulheres descreveram que ao ter um papel ativo durante o parto se sentem mais seguras e que têm um maior controlo sobre o parto;
  • Pode envolver mais o parceiro durante o processo do parto, ajudando com exercícios de respiração e gestão de dor;
  • O tempo de internamento e de recuperação é mais curto comparativamente a cesariana;
  • Existe uma maior ligação entre o bebé e a mãe, o risco de morbilidade é menor e os riscos em futuras gravidezes e partos também são menores.

No entanto, também existem contras nesta abordagem. Em algumas situações, a mãe poderá ficar com flacidez na musculatura do períneo. O períneo é constituído por um conjunto de músculos muito importantes para a mulher que têm como missão suportar o útero, a bexiga e o reto, mas também fechar a vagina, a uretra e o ânus, podendo ser necessário fazer exercícios de recuperação- exercícios de fortalecimento muscular receitados por um fisioterapeuta especializado.  No parto natural, a episiotomia (corte realizado no períneo – entre a vagina e o ânus), facilita a passagem do bebé. Esta incisão implica cuidados especiais, uma vez que a sua localização pode favorecer a infeção do local. A mulher tende a sentir dor local nos dias seguintes e alguma dificuldade em sentar-se, mas esse desconforto passa ao fim de algumas semanas.

Cesariana

A cesariana é um procedimento cirúrgico que envolve uma incisão abdominal  de 10-20cm (geralmente transversal) acima da linha dos pelos púbicos. Dado que, é um procedimento cirúrgico a mulher pode escolher ter uma anestesia geral ou regional, impedindo-a de sentir dor e desempenhar um papel ativo no parto.

Geralmente, a cesariana só é recomendada quando o parto natural é impossível ou muito arriscado para a mãe e bebé. Existindo algumas situações que tem que ser realizada.

Situações com indicação de cesariana

  • o bebé está na posição de barriga (pés primeiro) e o médico ou parteira não os conseguiu virar (aplicando uma pressão suave na sua barriga) ou prefere que eles não o tentem;
  • tem a placenta numa zona muito inferior (placenta prévia);
  • tem a tensão arterial elevada relacionada com a gravidez (pré-eclâmpsia);
  • tem certas infeções, tais como uma primeira infeção por herpes genital que ocorre tardiamente durante a gravidez ou VIH não tratado;
  • o bebé não está a receber oxigénio e nutrientes suficientes - por vezes, isto pode significar que o bebé precisa de nascer imediatamente e o parto não está a progredir ou há hemorragia vaginal excessiva.

Mas também pode ser uma cirurgia eletiva e a mãe decidir ter o bebé assim. Normalmente, as cesarianas são feitas a partir da semana 39 de gestação sendo que o bebé pode desenvolver problemas respiratórios se for mais cedo.

Apesar da cesariana prevenir a dor durante o parto e permitir a mãe escolher o dia do nascimento do bebé (no caso de ser eletiva) também apresenta alguns riscos. A recuperação de uma cesariana costuma ser mais lenta do que um parto vaginal, sendo que o internamento anda a volta dos 3-4 dias.  E como envolve uma incisão abdominal em vários tecidos existe um risco uma perda grande de sangue, ou uma infeção na zona da cicatriz ou até mesmo a formação de abcessos.

Ao contrário do parto natural, a cesariana implica que a mulher não esforce os músculos abdominais por um período de seis semanas. Além de que a realização de uma cesariana pode condicionar partos futuros. A a uma paciente que anteriormente tenha realizado uma cesariana, aumenta o risco de rotura uterina.

Além dos riscos para a mãe também existem riscos para o bebé, tais como:

  • Problemas respiratórios- os bebés nascidos por cesariana estão mais propensos a desenvolver um problema respiratório que os leva a respirar demasiado depressa durante alguns dias após o nascimento (taquipneia transitória).
  • Lesão cirúrgica- embora raros, podem ocorrer cortes acidentais na pele do bebé durante a cirurgia.

O parto natural constitui o desenlace natural da gravidez. Contudo, a cesariana pode ser a solução em alguns casos mais complicados ou mesmo por preferência da mãe. Para avaliar todos os prós e contras é aconselhável seguir a opinião do seu médico que irá pesar o que é melhor para a mãe e para o bebé.

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