Rosácea, quando a vermelhidão ataca
- A rosácea é uma inflamação da pele que se manifesta com focos de vermelhidão no rosto, espessamento da pele e, por vezes, surgimento de pústulas.
- Como é uma condição muito visível, a rosácea pode levar à diminuição da autoestima e ao isolamento social.
- As causas da rosácea permanecem desconhecidas, mas sabe-se que existem alguns fatores que tornam algumas pessoas mais suscetíveis.
- Felizmente, existe uma variedade de medicamentos que podem ser usados para tratar os seus sintomas, além de serem aconselhados cuidados no dia a dia ao nível da higiene do rosto e do estilo de vida.
A rosácea, também conhecida por couperose, é uma inflamação da pele que se caracteriza por vermelhidão e derrames no rosto. É importante ficar a par dos cuidados necessários, bem como dos fatores que aumentam o risco de vir a ter este problema.
O que é a rosácea?
A rosácea é uma inflamação da pele que atinge mais as mulheres do que o sexo masculino, é mais frequente entre os 30 e os 50 anos, e que manifesta-se através de focos de vermelhidão que podem afetar várias zonas do rosto (testa, bochechas, nariz e queixo). A vermelhidão deve-se ao facto de os vasos capilares ficarem fechados à superfície da pele e as paredes capilares expandirem-se, o que leva a que fiquem muito visíveis e tornem a pele avermelhada.
A inflamação pode incluir várias fases, de acordo com a intensidade. Numa fase inicial, a pele fica rosada. Gradualmente, a pele torna-se avermelhada, causando comichão, picadas, sensação de calor e de pele repuxada. Numa fase mais avançada, a pele fica mais espessa e podem surgir pústulas (borbulhas) com pus no interior. As manchas, que na fase inicial se concentram nas zonas referidas acima, podem chegar a atingir os olhos e, até, o pescoço, zona do decote, peito e costas. É ainda possível o surgimento de rinofima, termo que designa o engrossar e aumento de tamanho do nariz devido ao excesso de tecido. Esta condição é menos comum, mas pode levar a desfiguração facial e fluxo aéreo nasal inadequado se for grave.
Rosácea diminui autoestima e autoconfiança
Por ser muito visível, a rosácea é motivo de constrangimento e pode levar ao isolamento social. De acordo com estudos realizados pela National Rosacea Society (NRS), quase 90% dos pacientes com rosácea disseram que essa condição diminuiu a sua autoconfiança e autoestima, e 41% relataram que a situação os levou a evitar o contato público ou cancelar compromissos sociais. Entre aqueles com rosácea grave, quase 88% afirmaram que o distúrbio afetou negativamente as suas interações profissionais e quase 51% referiram que até faltaram ao trabalho por causa da sua condição. A boa notícia é que mais de 70% relataram que o tratamento médico melhorou o seu bem-estar emocional e social.
Embora a causa da rosácea seja desconhecida e não haja cura, o conhecimento dos seus sinais e sintomas avançou de tal forma que atualmente estes podem ser controlados de forma eficaz com fármacos e mudanças no estilo de vida.
Por isso, é muito importante consultar um especialista em dermatologia (se possível, na fase inicial da doença) para diagnóstico e tratamento apropriado – antes que o distúrbio se torne cada vez mais grave e intrusivo na vida diária.
Causas e fatores de risco
Embora a causa da rosácea permaneça desconhecida, os investigadores já identificaram os principais elementos do processo da doença que podem levar a avanços significativos no seu tratamento. Segundo a National Rosacea Society, estudos recentes mostraram que a vermelhidão facial é provavelmente “o início de um continuum inflamatório iniciado por uma combinação de desregulação neurovascular e do sistema imunológico inato”.
O papel do sistema imunológico inato na rosácea tem sido o foco de pesquisas inovadoras financiados pela NRS, incluindo a descoberta de irregularidades dos principais componentes microbiológicos conhecidos como catelicidinas. Investigações mais recentes demonstraram agora que “um aumento acentuado de mastócitos, células produzidas na medula óssea e que participam do sistema imunológico, atuando contra infeções, é um elo comum em todas as principais apresentações deste distúrbio”.
Além dos fatores neurovasculares e do sistema imunológico, a presença de um ácaro microscópico denominado Demodex folliculorum tem sido considerada um potencial contribuinte para a rosácea. Este ácaro é um habitante normal da pele humana, mas descobriu-se que é substancialmente mais abundante na pele facial de pacientes com rosácea. Foi também descoberto que duas variantes genéticas do genoma humano podem estar associadas a esta condição.
Por fim, sabe-se que existem alguns fatores que tornam algumas pessoas mais suscetíveis de vir a sofrer deste problema:
- Ter entre 30 e 50 anos.
- Ter pele clara, que é mais frágil e com menos mecanismos de defesa do que uma pele morena.
- Ter anomalias vasculares que resultam num aumento dos vasos sanguíneos.
- Exposição a ambientes quentes.
- Exposição a ambientes frios e/ou com vento.
- Mudanças bruscas de temperatura.
- Consumo de bebidas muito quentes ou muito frias.
- Consumo de bebidas alcoólicas.
- Ingestão de refeições muito condimentadas.
- Alterações emocionais.
- Toma de fármacos vasodilatadores (usados para normalizar os valores da tensão arterial).
Como é tratada a rosácea?
Como os sinais e sintomas da rosácea variam de um paciente para o outro, o tratamento deve ser adaptado a cada caso individual.
Existe uma variedade de medicamentos orais e tópicos que podem ser usados para tratar os vários sinais e sintomas associados ao distúrbio. Pode ser prescrito um tratamento específico para controlar a vermelhidão. Já quando existem pústulas é geralmente realizado um tratamento inicial com terapia oral e tópica para controlar a condição de uma forma mais rápida, seguido pelo uso a longo prazo de uma terapia anti-inflamatória isolada para manter a remissão.
Quando apropriado, lasers, fontes de luz intensa pulsada ou outros dispositivos médicos e cirúrgicos são utilizados para remover vasos sanguíneos visíveis ou corrigir a desfiguração do nariz. A rosácea ocular pode ser tratada com medicamentos anti-inflamatórios e outras terapias.
Cuidados a ter no dia a dia
Para conseguir manter uma pele bonita, quem sofre de rosácea deve ter cuidados redobrados ao nível da higiene do rosto e do estilo de vida, entre os quais:
- Utilizar sempre cosméticos adequados para pele com rosácea e que contenham vitamina B (que defende a pele de irritações externas) e vitamina C (que fortalece as paredes dos vasos capilares).
- Não sair de casa sem aplicar protetor solar, mesmo durante o inverno.
- Fazer uma alimentação equilibrada, rica em nutrientes.
- Evitar bebidas alcoólicas e com cafeína.
- Evitar a ingestão de comida muito condimentada.
- Não fumar.
Conteúdo revisto
pelo Conselho Científico da AdvanceCare.
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