Sabe-se que o prognóstico de algumas doenças graves melhora com o diagnóstico precoce. Na prevenção parece estar mesmo o ganho. É altura para os homens recordarem a importância de cuidarem da sua saúde.
É a grande preocupação dos homens acima dos 50 anos. O cancro da próstata assusta e com razão. Senão veja-se: “É o cancro mais frequente nos homens acima dos 50 anos”, explica Cristina Gonçalves, médica de Medicina Geral e Familiar da Clínica UCS, (Unidade de Cuidados de Saúde do Grupo TAP).
Há que ter atenção aos fatores de risco, como a idade e a hereditariedade, e também eventuais sintomas. Não é incomum os pacientes irem a uma consulta solicitar uma análise ao sangue para determinação do PSA, algo que ainda divide os especialistas. “Não há consenso sobre as medidas de detecção precoce deste tipo de cancro. A determinação do PSA (Antígeno Prostático Específico), por si só, tem baixa especificidade para diagnóstico de cancro da próstata, já que o PSA pode estar elevado noutras situações benignas, como a hiperplasia benigna e a prostatite (inflamação da próstata). Por outro lado, um PSA baixo não exclui um tumor clinicamente significativo”, esclarece a médica.
Também a Associação Portuguesa de Urologia alerta que ainda permanecem dúvidas sobre o caráter preventivo do PSA isoladamente. No entanto, “a combinação do PSA e do toque retal em homens assintomáticos permite o diagnóstico e o tratamento precoces, recomendando-se esta análise a partir dos 50 anos nos homens sem fatores de risco estabelecidos”. Em suma, a conjugação dos dois exames parece ser mais eficaz do que a realização de apenas um deles isoladamente.
“A probabilidade de vir a desenvolver cancro da próstata aumenta exponencialmente com o avanço da idade”, defende a Associação Portuguesa Doentes da Próstata. O que é consensual, por outro lado, é que o assunto seja discutido de forma individual entre o médico e o doente relativamente não só à realização da análise do PSA, mas também a qualquer outro exame complementar de diagnóstico ou de rastreio.
Acompanhamento médico periódico
É sabido que a deteção precoce de uma doença oncológica “tem maiores e melhores probabilidades de cura. A maioria dos cancros da próstata não provoca sintomas ou a sintomatologia pode associar-se a outras patologias urológicas benignas e mais comuns, como urinar mais frequentemente, e especialmente à noite, dificuldade em urinar, urgência miccional, desconforto ou dor pélvica entre outros. Por isso, é importante discutir com o médico a necessidade de avaliação urológica, especialmente nos grupos de risco”, sublinha Cristina Gonçalves.
Há que estar atento a outras doenças, mas sobretudo à prevenção, tendo em conta vários aspetos, como os “antecedentes pessoais, os estilos de vida, a história familiar. Por exemplo, um homem de 40 anos, que seja obeso, deverá controlar a glicemia, o colesterol e a pressão arterial”, sugere a médica.
A partir dos 50 anos, e por se saber que estatisticamente também há maior risco de doenças oncológicas e cardíacas, recomenda-se uma vigilância médica ainda mais apertada, que habitualmente contempla avaliação clínica e eventualmente exames complementares de diagnóstico que ficam ao critério do médico de acordo com a evidência clínica. “É um facto que os homens se preocupam com a sua saúde, essencialmente com as doenças da próstata, o colesterol e as doenças cardíacas”, explica Cristina Gonçalves. Embora na maior parte das vezes o cancro da próstata seja assintomático, há também que estar informado acerca dos eventuais sinais de alarme:
- Problemas urinários.
- Incapacidade de urinar, ou dificuldade em iniciar ou parar o fluxo de urina.
- Necessidade frequente de urinar, principalmente durante a noite.
- Dor ou ardor durante a micção (enquanto está a urinar).
- Dificuldade em ter uma ereção.
- Presença de sangue na urina ou no sémen.
- Dor frequente na zona inferior das costas, nas ancas ou na zona superior das coxas.
Caso tenha algum destes sintomas ou alterações relevantes na sua saúde, consulte o seu médico. Esta sintomatologia não significa que tenha cancro da próstata, podendo estar associada a outros tumores benignos ou problemas de saúde.
E não se esqueça, ao longo da vida e para um bom estado de saúde geral, aposte num estilo de vida que inclua uma alimentação variada e regrada, pouco rica em sal e gorduras e com muita fruta e verduras. Pratique exercício físico regularmente, não fume nem consuma álcool em excesso.

Conteúdo revisto
pelo Conselho Científico da AdvanceCare.
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