Principais causas da infertilidade

Maternidade
Última atualização: 29/11/2022
  • O desejo de formar uma família, seja como casal ou como indivíduo, pode ser impedido pela infertilidade.
  • A infertilidade pode afetar tanto mulheres como homens, sendo importante reconhecer os fatores de risco de cada um.
  • Felizmente, existem várias estratégias para ultrapassar a infertilidade e permitir à pessoa realizar o seu sonho.
principais causas de infertilidade

A conceção é um processo mais complexo do que parece e que nem sempre corre bem, podendo abrir caminho a um diagnóstico de infertilidade. Há causas da infertilidade femininas e causas masculinas e, por vezes, nenhuma causa identificável.

Um filho é o final feliz para muitos casais. Se existem casais que não desejam ter filhos, por outro lado há os que desejam, mas não conseguem. São estes que enfrentam o diagnóstico de infertilidade, definida como a incapacidade de conceber ao fim de um ano de prática sexual regular e sem contraceção. Os números da Sociedade Portuguesa de Medicina de Reprodução (SPMR) revelam que, em Portugal, em 2017 nasceram em Portugal 2796 crianças como resultado do uso das várias técnicas de PMA, o que representa 3,2% do número total de crianças nascidas no nosso país nesse ano.

E porque é que um casal, aparentemente saudável, não consegue ter filhos? As causas da infertilidade tanto podem ser femininas como masculinas, além de que se estima que em 15% dos casos não seja possível identificar uma razão. Infertilidade é quando um casal não pode engravidar (conceber) apesar de ter relações sexuais regulares sem proteção. Cerca de 1 em cada 7 casais pode ter dificuldade em conceber. Cerca de 84% dos casais conceberão naturalmente dentro de um ano se tiverem relações sexuais regulares sem proteção (a cada 2 ou 3 dias). Para casais que tentam conceber há mais de 3 anos sem sucesso, a probabilidade de engravidar naturalmente dentro do próximo ano é de 1 em 4, ou menos.

A infertilidade só é geralmente diagnosticada quando um casal não consegue conceber após um ano de tentativas.

Existem 2 tipos de infertilidade:

  • Infertilidade primária - em que alguém que nunca concebeu uma criança no passado tem dificuldade em conceber;
  • Infertilidade secundária - onde alguém teve 1 ou mais gravidezes no passado, mas está a ter dificuldade em conceber de novo.

Causas da infertilidade no feminino

A reprodução humana parece um processo simples, mas para que tudo corra bem existe uma série de acontecimentos que se desenrolam em cadeia. Basta que um elo dessa cadeia não funcione corretamente para adiar o momento da conceção.

Tudo começa no cérebro: na mulher, a glândula pituitária (pequena glândula endócrina situada na base do cérebro com a função reguladora de grande parte das glândulas endócrinas, através de hormonas segregadas) envia todos os meses um sinal para que os ovários preparem um ovo para a ovulação. Ela acontece, em regra, ao 14º dia do ciclo menstrual, com o ovo a ser libertado pelos ovários e a instalar-se numa das trompas de Falópio. Permanecendo viável por 24 horas e sendo fertilizado se, entretanto, um espermatozoide o alcançar; nesse caso, movimenta-se em direção ao útero, onde a gravidez evolui.

Nem sempre este processo corre bem, devido a múltiplos fatores:

  • Idade da mulher – com os anos a fertilidade diminui.
  • Menstruações irregulares.
  • Menopausa precoce.
  • Distúrbios na ovulação devido ao mau funcionamento da glândula pituitária.
  • Doenças do aparelho reprodutor como endometriose, doença inflamatória pélvica, miomas ou síndrome de ovário poliquístico.
  • Medicamentos como antidepressivos e tratamentos médicos, nomeadamente oncológicos.
  • Doenças sexualmente transmissíveis.
  • Doenças crónicas como diabetes asma.
  • Distúrbios hormonais, nomeadamente da tiroide.
  • Distúrbios alimentares, como anorexia bulimia.

Causas da infertilidade no masculino

Também no que respeita ao homem, há uma cadeia de acontecimentos que tem de ocorrer para que a fertilização aconteça. São muitos os fatores envolvidos. É preciso que haja espermatozoides em quantidade suficiente, é necessário que eles possuam a forma e a dimensão adequadas, que se movimentem na direção certa e que haja sémen suficiente para os transportar. O sémen é o resultado da junção do esperma, produzido pelos testículos, com o líquido fabricado pelas vesículas seminais.

Nem sempre este processo corre bem, devido a múltiplos fatores:

  • Ausência de esperma, ou azoospermia.
  • Insuficiente concentração de espermatozoides (menos de 10 milhões por mililitro de sémen).
  • Deficiência na forma e estrutura dos espermatozoides, o que os impede de se movimentarem na direção certa.
  • Ejaculação retrógrada, isto é, o sémen não se desloca pela uretra até ao exterior, mas sim para a bexiga.
  • Ausência de ejaculação, devido a doenças da espinal medula.
  • Doenças como as da tiroide, insuficiência renal e diabetes.
  • Doenças do aparelho reprodutor.
  • Doenças sexualmente transmissíveis.

Quer no homem, quer na mulher, há fatores do estilo de vida que também integram o grupo das causas da infertilidade, nomeadamente o excesso de peso, a obesidade, o consumo de álcool e o tabagismo. O stress pode igualmente contribuir para adiar a concretização do desejo de um filho.

Não há provas que sugiram que bebidas com cafeína, tais como chá, café e colas, estejam associadas a problemas de fertilidade.

A importância de procurar ajuda

As pessoas como indivíduos e/ou como casais têm o direito de decidir o número, o momento e o espaçamento entre os filhos. A infertilidade pode negar a realização destes direitos humanos essenciais. Abordar a infertilidade é, portanto, uma parte importante da realização do direito dos indivíduos e dos casais a fundar uma família.

Perante a incapacidade de conceber e se o desejo de ter um filho se mantém, é fundamental procurar ajuda médica. O casal deve começar por marcar uma consulta e falar com o médico sobre esta situação. Existem vários testes que permitem confirmar se o casal enfrenta, ou não, um problema de infertilidade. Entre estes, análises hormonais, ecografias ginecológicas e espermogramas. A junção destes testes com o historial clínico poderá ajudar a identificar a causa da infertilidade e, a partir daí, delinear um tratamento. No caso de se confirmar o diagnóstico, o casal poderá recorrer a tratamentos para a infertilidade, técnicas de reprodução medicamente assistida que têm dado esperança a cada vez mais casais.

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