A Cistite é uma infeção da bexiga causada por germes, em geral bactérias, que entram pela uretra e chegam até a bexiga e que podem expandir-se para os rins.

Na maioria das vezes, o organismo consegue eliminar as bactérias da urina. Contudo, há situações em que as bactérias se mantêm na parede da bexiga ou crescem tão rapidamente que o organismo deixa de ter capacidade para as combater.

Por uma questão anatómica, as mulheres tendem a ter mais infeções que os homens: por um lado, porque a uretra das mulheres é mais curta, por outro, porque se encontra mais próxima do ânus, favorecendo, assim, a entrada de bactérias.

Um tipo particular de cistite é a cistite intersticial, uma infeção crónica e complexa da bexiga, que atinge sobretudo mulheres acima dos 40 anos (cerca de 90% dos pacientes são do sexo feminino), cuja etiologia é desconhecida e sem terapêutica definitiva.

cistite Infeção bacteriana na bexiga, denominada de cistite.

A infeção da bexiga pode não causar sintomas, sendo diagnosticada quando se efetua uma análise de urina.

Causas da Cistite

As causas mais frequentes da infeção urinária são:

  • Utilização de cateter urinário na bexiga.
  • Bloqueio da bexiga ou da uretra.
  • Alterações do sistema imunitário, alterações metabólicas e hormonais (diabetes, gravidez).
  • Obstrução uretral (por próstata aumentada, por exemplo).
  • Perda de controlo intestinal (incontinência intestinal).
  • Idade avançada (principalmente em pessoas que vivem em lares).
  • Problemas para esvaziar a bexiga (retenção urinária).
  • Procedimentos médico/cirúrgicos que envolvem o trato urinário.
  • Atividade sexual (as mulheres contraem com frequência infeções da bexiga depois de uma relação sexual, provavelmente por traumatismo da uretra).
  • Nos homens, as infeções de repetição provêm, sobretudo, de uma infeção bacteriana persistente na próstata.

Em casos excecionais, provocados por outras doenças, pode criar-se uma conexão anómala entre a bexiga e o intestino (fístula enterovesical), permitindo por vezes que as bactérias que produzem gás penetrem na bexiga. Também em situações de exceção, as infeções repetidas nas mulheres são originadas por fístula vesicovaginal.

Sintomas da Cistite

Os sintomas mais frequentes nas infeções urinárias, são:

  • Febre baixa (nem sempre).
  • Dor ou ardor durante a micção.
  • Pressão ou cólica no baixo-ventre ou nas costas.
  • Frequência e urgência urinária, mesmo depois de esvaziar a bexiga.
  • Dor nas costas, náuseas e vómitos.
  • A urina pode apresentar-se turva ou com sangue, e pode ter um cheiro forte e desagradável.

A infeção da bexiga pode não causar sintomas, sendo diagnosticada quando se efetua uma análise de urina por qualquer outro motivo. As infeções assintomáticas da bexiga são especialmente frequentes nas pessoas de idade avançada, podendo resultar em incontinência urinária. Nas pessoas idosas, a infeção urinária pode ter como único sintoma a confusão mental.

Pessoas com mau funcionamento dos nervos da bexiga (bexiga neurogénica) ou que usaram ininterruptamente uma sonda, podem apresentar uma infeção assintomática que acaba por se revelar através de uma infeção renal ou de febre inexplicável.

Tratamento da Cistite

O médico pode diagnosticar uma infeção da bexiga baseando-se apenas nos sintomas. A necessidade analítica pode ocorrer de forma a identificar a bactéria responsável pela infeção, para se efetuar uma terapêutica dirigida. Nas pessoas de idade avançada, a infeção que não produz sintomas geralmente não exige tratamento.

Deve beber-se uma grande quantidade de líquidos de forma a eliminar o maior número possível de bactérias (o jato da urina empurra muitas bactérias para fora do organismo).

A toma de um antibiótico adequado à bactéria é o meio mais adequado para combater a infeção.

Por outor lado, administração de medicamentos alivia os sintomas.

Caso haja uma obstrução física ao fluxo da urina (uropatia obstrutiva) ou uma anomalia estrutural que aumente as probabilidades de infeção, a cirurgia pode ser necessária.

Cistite intersticial

A cistite intersticial pode deixar cicatrizes na bexiga, provocar espessamento nas paredes internas e diminuir a sua capacidade, evidenciando pontos de sangramento. Cerca de 90% das pessoas com cistite intersticial são mulheres. A doença manifesta-se mais intensamente por volta dos 40 anos e raramente acomete crianças.

Causas da Cistite intersticial

Apesar das causas da doença não serem totalmente conhecidas, a cistite está relacionada com:

  • Agressão da bexiga por substâncias tóxicas da urina.
  • Doenças autoimunes.
  • Defeito de permeabilidade da parede da bexiga.

Sintomas da Cistite intersticial

  • Urinar mais de oito vezes por dia e urinar com frequência durante a noite.
  • Dor no baixo-ventre (sensação de pressão e sensibilidade aumentada), ao redor da bexiga e do períneo (área entre o ânus e vagina/escroto).
  • Dor durante o ato sexual.
  • Desconforto ou dor no pénis ou escroto.
  • Os sintomas podem piorar durante a menstruação.
  • As pacientes podem demonstrar fadiga excessiva, desânimo, cansaço, insónia e sonolência diurna.

A Cistite intersticial piora com alguns fatores, como:

  • Ingestão de álcool.
  • Alimentos ácidos.
  • Ingestão de café.
  • Chá preto.
  • Ingestão de alimentos condimentados.
  • Bebidas gasosas.
  • Relações sexuais.
  • Stress.

Diagnóstico da Cistite intersticial

O diagnóstico é feito a partir dos resultados analíticos, da história clínica da paciente, do diário miccional, sintomatologia, urodinâmica e da cistoscopia (exame endoscópio das vias urinárias baixas).

Não havendo tratamento definitivo existem algumas medidas terapêuticas/comportamentais que aliviam temporariamente, a sintomatologia de alguns doentes:

  • Modificação do estilo de vida: evitar os alimentos agravantes, deixar de fumar, exercício físico para reforçar os músculos pélvicos.
  • Medicação oral: heparinoides, antidepressivos tricíclicos, gabapentina, anti-histamínicos, anti-inflamatórios.
  • Hiperdistensão hidráulica da bexiga.
  • Instilação vesical.
  • Tratamento cirúrgico (reservado aos casos severos que não respondem às terapêuticas anteriores).

Artigo revisto e validado pela especialista em Medicina Geral e Familiar Isabel Braizinha

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